Por Daniel Menin
Recentemente estivemos de vota ao estado do Rio Grande do Norte, buscando as cavernas do Oeste do estado. Existem algumas areas cársticas na região, na sua maioria exposta através de lagedos. Sem grandes desníveis, boa parte das cavidades presentes nestas áreas tem morfologia similar. Predominantemente razas e próximas da superfície, não apresentam grandes volumes ou desníveis.
Em algumas cavidades encontramos pequenos abismos sendo necessário sempre levar consigo alguns metros de corda e um devido material de segurança (não leia improviso!). Algumas cavernas são bastante labirínticas e podem se estender por centenas de metros em areas afóticas ou semi-afóticas devido à alta quantidade de clarabóias. Sempre encontramos rica fauna espeleológica entre diversas espécies aranhas, ambiplígeos (alguns bem grandes), grilos e outros animais de caverna.
Uma das cavernas a serem mapeadas nesta viagem se tratava de um pequeno abismo. Com 28m de desnível o Abismo da Água não havia nenhum resquício de vizita humana apesar de sabermos que espeleólogos do SEPARN (…) já haviam descido na cavidade. Trata-se de uma entrada apertada no lagedo que leva a um lance direto para um poço d’água, no fundo da caverna.
Pendulando no meio da descida, pode-se acessar paratames dos 2 lados encontrando pequenas areas horizontais, porem sem continuação. Descendo até o fundo do abismo, chega-se diretamente na parte inundada onde o nivel da água claramente varia de acordo com a época do ano.
Vale a descida, para aqueles que querem treinar seu vertical, porem, sempre com muito cuidado pois qualquer resgate pode se tornar bastante complicado, mesmo em uma caverna simples como esta. A caverna pode ainda apresentar algum potencial paleontológico visto sua morfologia de lance direto (pitfall), porem a busca de fósseis deverá ser feita através de mergulho pois os ossos certamente estarão submersos. Outra barreira é a espessura da entrada, clara barreira à queda de animais grandes da mega-fauna.
Durante toda a atividade tivemos a companhia e apoio de técnicos do CECAV.
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