quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Fotografia da Gruta do Agenor é premiada em concurso do CNPq
A fotografia acima, da Sala de Verne na Caverna do Agenor em Iporanga ficou em terceiro lugar no IV Prêmio de Fotografia - Ciência & Arte organizado pelo CNPq na categoria Imagens produzidas por câmeras fotográficas: ambiente silvestre e antrópico.
A foto foi tirada durante uma expedição fotográfica para a caverna oito anos após a conclusão da sua topografia. O relato da viagem pode ser visto aqui: http://terrasubespeleo.blogspot.com.br/2014/06/caverna-do-agenor-retorno-cheio-de.html
Link para o site do prêmio e as demais premiadas: http://www.premiofotografia.cnpq.br/
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Vida subterrânea
Saiu na edição de outubro de 2014 da Revista Pesquisa Fapesp uma interessante matéria sobre a fauna subterrânea.
Link para a revista
http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/10/09/vida-subterranea/
Link para o PDF da matéria
http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2014/10/020-029_cavernas_224.pdf?caf4da
Link para a revista
http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/10/09/vida-subterranea/
Link para o PDF da matéria
http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2014/10/020-029_cavernas_224.pdf?caf4da
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
In the house of gods, as mais antigas cavernas da Terra
Um projeto em andamento promete exatamente
o contrário: Criar um filme documentário sobre a exploração de cavernas em um
dos mais remotos lugares do planeta: os Tepuys da Amazônia venezuelana. Equipes
de espeleólogos e cameramans desde 2010 estão envolvidos em expedições nas
montanhas de quartzito em meio à floresta. Desafiando a as difíceis condições
de acesso eles captaram imagens em alta definição dos trabalhos científicos nas
cavernas e fora delas. Filmagens aéreas, paisagens, escaladas, passagens
estreitas, descidas em abismos profundos, momentos de perigo, tensão e
suspense. Emoções reais misturadas a uma paisagem assombrosa e deslumbrante das
montanhas e cavernas mais antigas do mundo.
O material está a ponto para ser editado,
mas ainda depende de fundos para custear o documentário. A organização do
projeto, coordenada pelo italiano Francesco Sauro, geólogo pesquisador de
Pádova, criou um financiamento coletivo através do site INDIEGO (crowdfunding).
Mais informações em L’Abisso.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Resgate em Inti Machay, nos Andes peruanos
Um acidente ocorrido na quinta-feira, dia 18 de Setembro de 2014 manteve o espeleólogo Cecilio Lopez 12 dias preso em uma caverna na região de Inti Machay, nos Andes peruanos. O incidente
causou a fratura de duas vértebras do espeleólogo a cerca de 400m de
profundidade vertical na gruta. O isolamento da região, as difíceis condições
de acesso e comunicação e a demora na chegada de espeleólogos especializados fizeram dos trabalhos de
resgate um desafio custoso, urgente e delicado.
A operação de resgate foi iniciada imediatamente após o incidente pelo grupo Andino de Espeleologia. Espeleólogos peruanos e franceses do GSBM (Grupo de Espeleologia Bagnols Marcoule) estavam em uma região próxima e em pouco tempo foram os primeiros reforços a se juntar a equipe de resgatistas na caverna. Uma forte campanha em busca de recursos e voluntários se iniciou nas redes sociais e os dias seguintes foram marcados por grandes mobilizações. Enquanto equipes de resgate da Espanha embarcavam para o Peru, outros países também se organizaram para oferecer ajuda. Uma equipe de socorristas mexicanos e uma de brasileiros arrumaram as malas e de prontidão aguardavam um pedido oficial de ajuda, bem como as autorizações das autoridades locais para adentrar na região do acidente.
Autoridades do Peru, da França e do Brasil também foram acionadas em busca de apoio em logística e mantimentos. A demora na obtenção de autorizações, de apoio dos governos e de pedido oficial de ajuda do espeleoresgate da Espanha fez com que espeleólgos brasileiros e mexicanos não conseguissem embarcar, mas não impediu que espanhóis se juntassem cada vez em maior número ao grupo de resgate.
A chegada de mais 3 equipes da Espanha fez com que a coordenação do resgate fosse transferida do Peru para a Espanha e os trabalhos começassem a ser realizados em turnos, com mais equipamentos e recursos. Ao todo, mais de 50 espeleólogos especialistas em resgate em cavernas verticais estiveram presente na região do acidente dividindo tarefas de logística, preparação de vias de saída com maca e transporte de Cecílio. Durante todos os dias, um médico acompanhou o espeleólogo acidentado monitorando seu estado de saúde e ministrando medicamento na medida do possível.
No dia 29 de Setembro, a -150m de profundidade, Cecílio escreveu uma carta à família, amigos, socorristas e comunidade espeleológica. A carta envia mensagens de agradecimento e esperança, prevendo uma saída breve.
Hoje, dia 30 de Setembro recebemos a notícia de que Cecílio está fora da caverna e a caminho de Chachapoyas. Uma vez em centro urbano ele poderá receber cuidados médicos mais estruturados e encaminhado de volta para a Espanha.
A operação de resgate foi iniciada imediatamente após o incidente pelo grupo Andino de Espeleologia. Espeleólogos peruanos e franceses do GSBM (Grupo de Espeleologia Bagnols Marcoule) estavam em uma região próxima e em pouco tempo foram os primeiros reforços a se juntar a equipe de resgatistas na caverna. Uma forte campanha em busca de recursos e voluntários se iniciou nas redes sociais e os dias seguintes foram marcados por grandes mobilizações. Enquanto equipes de resgate da Espanha embarcavam para o Peru, outros países também se organizaram para oferecer ajuda. Uma equipe de socorristas mexicanos e uma de brasileiros arrumaram as malas e de prontidão aguardavam um pedido oficial de ajuda, bem como as autorizações das autoridades locais para adentrar na região do acidente.
Autoridades do Peru, da França e do Brasil também foram acionadas em busca de apoio em logística e mantimentos. A demora na obtenção de autorizações, de apoio dos governos e de pedido oficial de ajuda do espeleoresgate da Espanha fez com que espeleólgos brasileiros e mexicanos não conseguissem embarcar, mas não impediu que espanhóis se juntassem cada vez em maior número ao grupo de resgate.
A chegada de mais 3 equipes da Espanha fez com que a coordenação do resgate fosse transferida do Peru para a Espanha e os trabalhos começassem a ser realizados em turnos, com mais equipamentos e recursos. Ao todo, mais de 50 espeleólogos especialistas em resgate em cavernas verticais estiveram presente na região do acidente dividindo tarefas de logística, preparação de vias de saída com maca e transporte de Cecílio. Durante todos os dias, um médico acompanhou o espeleólogo acidentado monitorando seu estado de saúde e ministrando medicamento na medida do possível.
No dia 29 de Setembro, a -150m de profundidade, Cecílio escreveu uma carta à família, amigos, socorristas e comunidade espeleológica. A carta envia mensagens de agradecimento e esperança, prevendo uma saída breve.
Hoje, dia 30 de Setembro recebemos a notícia de que Cecílio está fora da caverna e a caminho de Chachapoyas. Uma vez em centro urbano ele poderá receber cuidados médicos mais estruturados e encaminhado de volta para a Espanha.
Informações detalhadas e acompanhamento do dia-a-dia do resgate podem ser acompanhadas no blog EspeleoresgateBrasil.
Croquis da caverna de Intimachay com anotações sobre o resgate. |
Fonte: Federação Madrilenha de Espeleologia, com informações sobre o resgate
sábado, 30 de agosto de 2014
Catedral iluminada
Foi publicada na seção fotolab da Revista Pesquisa Fapesp de agosto de 2014 uma foto da Caverna do Diabo referente à pesquisa de mestrado na FAUUSP sobre o uso público de cavernas.
Apesar da beleza da caverna os danos causados pelas estruturas de visitação são notáveis e servem de aprendizado para o que não se deve fazer nas cavernas. Estruturas de concreto armado e a iluminação elétrica fixa "ainda" causam grande impacto ao ambiente.
link para a revista
http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/08/21/catedral-iluminada/
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Mapeamento da Gruta da Tapagem (Caverna do Diabo)
Nos dias 19 e 20 de julho de 2014 estivemos na Gruta da Tapagem (Caverna do Diabo) para mais um campo da pesquisa sobre uso público de cavernas, desenvolvida na FAUUSP.
Foi realizado o mapeamento de detalhe da parte turística e galerias adjacentes, com a colaboração dos Grupos Bambui e Meandros.
Participaram: Andrea Kern, Carlos Grohmann (Guano), Christian Moraes, Daniel Menin, Leda Zogbi, Luciana Fackoury, Magna Pontes, Marcos Silverio e Victória Dalla Hart.
Fotos: Carlos Grohmann, Magna Pontes e Marcos Silverio
Equipe de topografia
Mapas da Caverna Foto Magna Pontes
Névoa no conduto do rio foto Magna Pontes
Foto Carlos Grohmann
Foto Magna Pontes
Topografia com estação total
Mapeamento
Equipe
Frio
Croquis
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Denúncia de espeleólogos e ação rápida do governo protege caverna de destruição
Uma denúncia realizada por espeleólogos no dia 16 de Abril de 2014 resultou em uma rápida ação dos órgãos ambientais de Santa Catarina em defesa da Gruta do Cinema, localizada na região de Botuverá e Vidal Ramos, Centro Leste de Santa Catarina.
No início de Abril, o grupo de espeleólgos esteve na região para realizar o remapeamento da caverna, topografada inicialmente na década de 80 pelo grupo de espeleologia GEEP-Açungui do Paraná. Com desenvolvimento estimado em 250m, e litologia em mármore, a Gruta do Cinema é a segunda maior caverna registrada no Estado de Santa Catarina - atrás apenas da Gruta de Botuverá.
No início de Abril, o grupo de espeleólgos esteve na região para realizar o remapeamento da caverna, topografada inicialmente na década de 80 pelo grupo de espeleologia GEEP-Açungui do Paraná. Com desenvolvimento estimado em 250m, e litologia em mármore, a Gruta do Cinema é a segunda maior caverna registrada no Estado de Santa Catarina - atrás apenas da Gruta de Botuverá.
Mas ao chegar no local da gruta, os espeleólogos se depararam com um informações de que uma lavra havia se estabelecido no local e a caverna estava sendo destruída.
“Para nossa surpresa, ao chegarmos à região, fomos informados que as entradas da caverna haviam sido soterradas, e que uma mineradora local já tinha iniciado a destruição do maciço”, conta um dos espeleólogos.
Ao chegar até a localização da caverna, o grupo pôde certificar-se de que realmente as duas entradas da caverna estavam completamente obstruídas por terra e entulho, além de outros impactos importantes:
Ao chegar até a localização da caverna, o grupo pôde certificar-se de que realmente as duas entradas da caverna estavam completamente obstruídas por terra e entulho, além de outros impactos importantes:
“Verificamos que havia uma lavra iniciada em cima da caverna. Em toda a volta do maciço observamos perfurações realizadas para a colocação de dinamite”.
Ao se deparar com o cenário de destruição, o grupo documentou o encontrado e encaminhou denúncia ao FATMA, Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina, com cópia para o Ministério Público de Santa Catarina, para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV/ICMBio e para a Superintendência do Ibama em Santa Catarina.
Menos de 2 meses depois, foi emitido o Laudo de Vistoria N. 024/2014 da Superintendência do Ibama de Santa Catarina, com uma explicação detalhada da importância do local e dos impactos ocasionados pela Calwer Mineração Ltda. A mineradora foi autuada em R$189.000,00 (R$ 180.000,00 por deteriorar a caverna, R$ 4.000 por destruir abrigo de animais silvestres, R$ 5.000,00 por danificar área de Preservação Permanente (150 m2). Uma área de 2 hectares no entorno da caverna foi embargada e para terminar, o órgão sugere como medida imediata a reabertura das entradas originais da caverna e recuperação da área degradada.
A legislação brasileira* prevê intervenções físicas em cavernas mediante estudos prévios de relevância e impacto ambiental realizados por especialistas de diferentes áreas relacionadas. Espeleometria, biologia, geologia, paleontologia, arqueologia, entre outras, são ciências que ajudam órgãos ambientais a emitirem licença de uso dos recursos naturais em regiões com incidência de grutas. Ignorar ou negligenciar estes estudos – como no caso da mineradora em questão – coloca em risco o empreendimento, além de sujeitar a empresa a embargos e multas e de exultar em destruição de bens naturais incalculáveis.
A ação conjunta e sincronizada dos órgãos ambientais foi exemplar, tomando rápidas medidas para mitigar e reverter a destruição da caverna. A comunidade espeleológica brasileira agradece o comprometimento e eficácia do FATMA, IBAMA-SC e CECAV-ICMBio e felicita os espeleólogos envolvidos nesta ação.
* Decreto 6640/08, regulamentado pela Instrução
Normativa MMA 02/2009