Entre os dias 29 de Junho e 14 de Julho estivemos na Serra do Aracá, no norte do estado do Amazonas.
A expedição foi organizada pelo Grupo Bambuí de Pesquisas
Espeleológicas em parceria com o grupo italiano LA VENTA Esplorazioni Geografiche.
Localizada próximo da divisa entre Brasil e Venezuela, a leste do Pico da Neblina, Serra do Aracá ganhou notoriedade devido a descoberta da mais
alta queda d'água do Brasil, a Cachoeira do Eldorado com seus 353 metros de queda e a criação do Parque Estadual da Serra do Aracá, em 1990.
A serra é composta, principalmente, por uma montanha em forma
de mesa, também chamada de Tepuy. Um maciço de Quartzito que pode atingir cerca de 1400 metros de elevação em alguns pontos mais altos. Outras cadeias de montanhas próximas compõem um conjunto de serras complementares, mas apenas o Aracá tem a morfologia característica dos Tepuys.
A distância das áreas povoadas e a ausência de vias de acesso fazem da Serra do Aracá um dos lugares mais remotos do Brasil. A logística para acessar a montanha a
partir de Manaus exige no mínimo 3 dias de barcos e uma caminhada que, com sorte, pode ser realizada em 1 dia. Além da distância, os rios que acessam a montanha são navegáveis
apenas nos meses de cheia, ficando intransitáveis boa parte do ano.Uma vez na floresta, não há trilhas bem
demarcadas o que pode tornar a subida mais difícil e demorada. Além disso, os limites da serra compreendem paredões verticais exigindo empenho para encontrar vias mais fáceis de subida.
A expedição contou com 5 espeleólogos brasileiros e
4 italianos. Estavam presentes especialistas em exploração, topografia, documentação fotográfica e geologia. O objetivo foi realizar um levantamento espeleológico
na parte alta da montanha, com mapeamento das cavernas encontradas durante a viagem e uma
topografia detalhada do abismo Guy Collet, conhecido como a mais profunda
caverna do Brasil. A equipe permaneceu 5 dias no topo da montanha, em um total de 15 dias de expedição.
Além dos levantamentos topográficos, a expedição produziu
imagens fotográficas, vídeos e relatórios de campo que serão divulgados a
medida em que forem organizados e trabalhados.
(Fotos: Daniel Menin e Carlos Grohmann (Guano))
Barco-base, utilizado para navegação nos rios Negro e Aracá
A aproximação da serra é realizada durante um dia de navegação em rios e igarapés. Áreas navegáveis apenas em barcos pequenos, como voadeira e rabeta.
Frequentes imprevistos como árvores caídas e bancos de areia exigem paciência e empenho das equipes.
Devido a alta vegetação, a Serra do Aracá é avistada em raros momentos, como nos trechos finais de igarapé. Seus paredões verticais e superfície em forma de mesa fazem do Aracá um Tepuy, como o Monte Roraima e outras montanhas da Venezuela.
Acampamento principal, no alto da serra. A umidade e o clima instável dificulta a estadia dos pesquisadores.
Equipe de reconhecimento - Rio Negro
Um dos poços do Abismo Guy Collet fotografado durante trabalhos de equipagem do abismo.
A rocha de Quartzito apresenta desafios a parte para encontrar pontos seguros de fixação da corda
Descida do abismo Guy Collet durante topografia
Croquis durante exploração e topografia
Equipe topografando uma caverna encontradas no alto da serra.
Foram deslocados para o alto da serra cerca de 500kg de equipamentos.
Vista da floresta amazônica a partir da Serra do Aracá.
Vista dos paredões verticais e do canyon da cachoeira do Eldorado. A frente, a cachoeira do Desabamento.
Os paredões verticais e íngremes escarpas fazem da Serra do Aracá um lugar de difícil acesso e exploração.
Vista da Cachoeira do Eldorado, conhecida como a maior cachoeira do Brasil, com seus 353m de queda.
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