quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Parte Michel Le Bret


Por Daniel Menin

Mais um nome da história na espeleologia Brasileira nos deixa.

Eu não tive a oportunidade de cavernar com Michel Le Bret. Por ironia, quando ele esteve no Brasil para sua última expedição em grutas, eu estava na sua terra natal, a França.
Mas tempos depois eu tive a felicidade de lhe fazer uma visita e ser muito bem recebido em sua casa, no Vale do Loire. Ele e sua esposa tiveram o cuidado de preparar um almoço brasileiro, com arroz e feijão e de por um dia todo falar português comigo. Passeamos por seu museu, pelo jardim e por parte de sua fazenda de búfalos. Empolgado, ele contava histórias de seus anos vivendo no Brasil.

Até então eu o conhecia apenas pelo livro "Maravilhoso Brasil Subterrâneo" e o admirava muito. A obra me inspirou e me fez viver com ele grandes aventuras de descoberta e exploração em cavernas que eu conhecia bem: Abismo da Paçoca, Areias, Agua Suja, entre outras também em São Paulo e Goiás.

Michel foi fundador da SBE - Sociedade Brasileira de Espeleologia e explorou algumas das mais consagradas cavernas do nosso país. Era um exímio croquista e, como algumas vezes explorava as cavernas sozinho, mapeava à sua maneira desenhando a caverna de memória.

O corpo de Michel se foi para os subterrâneos, mas posso arriscar que sua alma também continua debaixo da terra, explorando as cavernas brasileiras.

A Edição 412 do Informativo SBE Notícias publica uma série de textos em homenagem à Michel. Você pode ter acesso ao informa através do site ou entrando em contato comigo.



Michel em seu museu pessoal.

Meu pai, Michel, sua esposa e eu em sua casa (2005)


"Não saia do carro, os búfalos são bravos", disse ele para nós.

Croquis em planta e perfil da caverna Paçoca, feito por Michel em 1967. Uma das histórias mais emocionantes do livro "Maravilhoso Brasil Subterrâneo"e que me inspirou a remapear e continuar suas explorações nesta caverna anos mais tarde.


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