segunda-feira, 24 de março de 2008

29 de abril a 01 de maio de 2007

por Daniel Menin

No Feriado de maio realizamos mais uma viagem ao PETAR. O grupo estava fortemente representado e tinha cerca de 25 pessoas na casa da Cris mais algumas na pousada da Idaty.

Os objetivos no Projeto Passoca e arredores era terminar algumas pendências deixadas na Caverna do Agenor, se possível todas e inicia a topografia do Abismo da Passoca.
O mapa da caverna do Agenor estava quase pronto havendo apenas cerca de 4 ou 5 pequenas entradas a se averiguar.
Foi separada uma equipe logo no primeiro dia (Eu, Renata, Chico, Cris Albuqerque e João mergulhador carioca) e fomos até a caverna do Agenor. Os primeiros fechamentos foram as duas entradas, logo após a segunda corda. Em uma delas seguimos por uma fenda até um pequeno salão de onde observávamos um conduto superior a cerca de 5 metros acima. Eu, o João e o Chico escalamos esta passagem enquanto que a Cris e a Renata acharam melhor ficar aguardando para não se exporem à escalada e colocarem o papo em dia. Uma vez lá em cima acessamos mais um salão de onde partiam outros 5 condutos em diversas direções. Topografamos o maior deles que acessou o salão desmoronado, na área nova. De certa forma já conhecíamos este conduto, porém penetrá-lo através do salão era difícil pois há um abismo separando os dois.
Terminado a topografia deste conduto resolvemos topografar mais um dos outros 4 restantes. Alguns metros adiante e verificamos que 3 destes condutos levavam à mesma área. Um pequeno salão de teto baixo que após um pequeno ressalto escondia um belo poço de cerca de 10m de profundidade. A princípio, lá de cima não podíamos ver continuidades, mas já estava certo que deveríamos voltar outro dia com equipamento apropriado.
Deste salão saia mais um conduto de proporções animadoras, porém ainda de teto baixo. Alguns metros de rastejamento e este conduto começou a abrir. Iluminando a minha frente eu podia ver uma série de estalactities brancas e atrás delas um profundo vazio. Não era possível! Me aproximei mais um pouco, iluminei mais uma vez a continuação do conduto e pude verificar que a caverna abria mais e mais. Tentei reconhecer a área, mas a cada metro eu me certificava que não era uma área conhecida, mas mais um grande salão. Maravilha ! Deixei a novidade para se desvendar à medida em que a topografia avançasse e voltei para prosseguir o trabalho. Vamos seguir a topo por este conduto !, avisei o Chico e o João que contemplavam o poção pensando na melhor maneira de descer.
Topografamos o conduto que dava acesso a esse salão. O conduto estava próximo ao teto, portanto deveríamos descer por uma fenda para efetivamente acessar a continuidade da caverna. Avançamos mapeando até um primeiro patamar, já sobre ume montanha de travertinos bastante escorregadia. Desta parte pude iluminar mais à lateral, para onde o salão tinha seu maior desenvolvimento. Deste ponto podíamos ter idéia das dimensões desta área. A uns 30m de distância pudemos ver um altar de calcita, mais travertinos com grandes estalactities e mities. Topografamos até a base deste primeiro salão e resolvemos dar uma olhada no resto daquela área. Tivemos um pouco de dificuldade de acessar este altar, pois o mesmo, de calcita e argila é bastante frágil e não queríamos deixar muitas marcas. Uma vez em sua lateral pudemos verificar um grande vazio dos dois lados do altar. Estávamos no centro de um grande conduto de proporções ainda desconhecidas. Sem dúvida era até agora a área mais vasta da caverna. Mais vasta que o Salão das Pegáguas ou que o Banco-Central. Descemos do altar e seguimos primeiro pela parte da direita. Um chão plano e de argila estava todo marcado por profundas gretas. Pisávamos com cuidado para deixar o mínimo de marcas possíveis. Seguimos por este conduto até chegarmos em um outro salão bastante ornamentado e um desmoronamento.
Neste dia já estávamos cansados, pensamos na Renata e na Cris que ficaram nos esperando antes da escalada. Resolvemos voltar e deixar o resto deste salão, assim como a continuidade do outro lado do altar para a topo de outro dia.
Diversas vezes havíamos considerado praticamente o fim dos trabalhos na Caverna do Agenor. Restavam apenas pequenos fechamentos ou verificações de condutos que no final das contas acabaram continuando e abrindo outros caminhos. Mais uma vez saímos da caverna com muito mais trabalho do que entramos...

No Dia seguinte seguimos para caverna de Areias topografar a bifurcação nova, próximo ao fim da área da direita.

No último dia do feriado montamos novamente uma equipe para a caverna do Agenor. Daniel, Renata, Chico, Dennys, João e Marcos. Como estávamos com a trena a Laser resolvemos fazer duas equipes para o fechamento de mais 2 condutos na área do poção e para topografar a área do grande conduto novo. Partimos a topo do último ponto na base do primeiro salão. Em 2 equipes resolvemos topografar a área da direita seguindo o conduto principal e deixando condutos laterais em aberto. Uma equipe (Daniel, Chico e Dennys) seguiu a parede da direita enquanto que a outra equipe (Marcos, Renata e João) seguiu pela esquerda. Fechamos as duas topos na extremidade deste conduto, acima do desmoronamento e uma área bem próximo a uma saída. Escalando e forçando a passagem em alguns pontos pude sentir o vento exterior e o cheiro do mato, mas era impossível transpor pois tratava-se um teto de pequenos blocos desmoronados e instáveis. Forçando outro ponto cheguei a um deslizamento de argila onde, na parte mais superior, pude verificar no teto a raiz de árvores o que mais uma vez indica a proximidade da superfície. Pequenas conchas e animais também indicavam o contato com o meio exterior, mas em nenhum ponto identificamos alguma evidência de que esta passagem poderia ser maior do que alguns centímetros.Uma vez terminada esta parte seguimos para o altar, no meio do conduto e topografamos a continuidade da esquerda. Chegamos até o suposto fim do conduto em uma grande parede de escorrimento. À nossa direita uma enorme descida de blocos parecia contornar o conduto e voltar por um andar inferior. Topografamos esta decida deixando mais alguns pontos em aberto. Acessamos uma área de condutos menores, labirínticos e repletos de lama o que indica uma vazão não muito antiga de água. Nesta área, a base de um salão forma um enorme “ralo” para onde fatalmente a água escorre. A outra extremidade desta área entra em um quebra-corpo. Também existem condutos a princípio labirínticos que deixamos para topografar em outra ocasião. Estávamos exaustos em um dia onde topografamos cerca de 750 metros de caverna. Um recorde nos dias de hoje em cavernas novas no PETAR.

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