Resumo das atividades:
- 10/2006: Descoberta a entrada da caverna e topografados 150m pelo caminho principal até atingirmos o Salão Pegáguas.
- 11/2006: Topografia do o Salão Pagáguas e escalada do fim deste salão. Topografia do conduto das aranhas até o lago dos bichos. Encontrada uma serpente Jararacuçu em um trecho de teto-baixo no início do conduto dos bichos. Topografia do Setor do Barbeiro-Múmia e desobstrução da linha 6 (4m cavados) possibilitando a descoberta do salão Banco-Central.
- 11/2006: O conduto principal foi retopografado. Iniciado a topografia de algumas galerias labirínticas próximas a entrada da caverna. Nesta viagem um espeleólogo deslocou seu ombro dentro da caverna (felizmente próximo à saída).
- 02/2007: Realizada a escalada do Banco-Central acessando as galerias superiores e topografado até a Sala de Jantar. Deixadas muitas galerias em aberto sem topografia nem exploração. Uma forte chuva ocasionou o sifonamento da passagem desobstruída (linha 6) impedindo nossa passagem. Foram topografados outros condutos em aberto próximos à entrada.
- 03/2007: Com equipes de fundo foi topografado o Salão Corneto e as principais galerias do setor. Topografamos o superespreme. Deixamos pendentes várias passagens labirínticas.
- 04/2007: Em 2 equipes terminamos a topografia das áreas labirínticas e do Setor Corneto acessando ainda outros níveis diferentes e labirínticos. Existem erros de fechamento nas bases JH devido à interferência de lanterna.
- 05/2007: Em trabalho de fechamento das pendências decobrimos a passagem para toda uma nova rede incluindo a Rede de Verne. Estávamos decobrindo a maior área em volume da caverna. Topografamos em apenas 1 dia e em 2 equipes cerca de 1km de novas galerias.
- 05/2007: Voltamos a rede de Verne e topografamos a área inferior ao grande desmoronamento. Deixamos em aberto o ralo. Também equipamos e descemos o poção topografando sua continuação.
- 07/2007: Voltamos para descer o Ralo abaixo do grande desmoronamento na Rede Verna e fazer algumas fotos. Nenhuma das pendências verificadas na atividade continuaram e acabamos não topografando nada.
- 09/2007: Topografamos novos condutos próximo ao Baixão e descobrimos o setor Tobogã do Demo por onde acessamos mais um lago subterrâneo.
- 09/2007: Fechamos outras pendências em aberto e descemos os poços do Baixão, que estava
completamente obstruídos.
Topografia: Daniel Menin (15), Renata Andrade (15), Renato Dias (5), Leda Zogbi (4), Adilson Macari (3), Carlos Eduardo Martins (3), Cesar Simões (3), Elisabeth Kinguti (3), Flavio Candeias (3), Gelson Igual (3), Marcos Silvério (3), Maria Cristina Albuquerque (3), Allan Callux (2), Carlos Maldaner (2), Claudio Genthner (2), Daisy Oliveira (2), Dennys Corbo (2), Erica Luna (2), Ericson Igual (2), Fernanda Almeida (2), Francisco Sarpa Lima (2), Jânio (2), Renata Shimura (2), Ademir (1), Bia Boucinhas (1), Camila Ribas (1), Carlos Grohmann (1), Ingo Wahnfried (1), Sylvio Jr. (1), Toni Cavalheiro (1).
Participações: João Mallet (2), Luis Rocha (GEEP-Açungui) (1), “Rato” (EGRIC) (1).
terça-feira, 25 de março de 2008
Feriado 12 de outubro de 2007 - Passoca, topografia após o sifão
por Daniel Menin
Como não poderia ser mais adequado, neste feriado de dia das crianças de 2007 resolvemos nos dar de presente mais uma viagem ao PETAR. O GPME foi dividido em 2 turmas com atividades e locais diferentes. A primeira turma rumou para o parque de Intervales, acompanhando um casal de espeleólogos ingleses que passavam por uma temporada no Brasil. A segunda ficou sediada no Bairro da Serra (Casa da Cris). Esta turma estava formada por: Daniel, Renata, Gelson, Cae, Daisy Bedu e Cristina Albuquerque e teve como focos de trabalho o projeto Passoca e Arredores e o núcleo Santana (Santana e prospecção).
Na Sexta -Feira, dia 12, uma equipe formada por mim (Daniel), Renata, Caê e Bedu foi para a caverna da Passoca averiguar o sifão (mais uma vez!). Eu, a Renata e o Caê estávamos preparados para descer e topografar a caverna caso passássemos o sifão. O Bedu estava apenas como apoio moral para nossa descida. Caso o sifão estivesse mais uma vez cheio então o objetivo era bater mato e ele viria junto.
Na Sexta -Feira, dia 12, uma equipe formada por mim (Daniel), Renata, Caê e Bedu foi para a caverna da Passoca averiguar o sifão (mais uma vez!). Eu, a Renata e o Caê estávamos preparados para descer e topografar a caverna caso passássemos o sifão. O Bedu estava apenas como apoio moral para nossa descida. Caso o sifão estivesse mais uma vez cheio então o objetivo era bater mato e ele viria junto.
Desci primeiro o abismo seguido pelo Cae enquanto que a Renata e o Bedu aguardavam na base da maior descida. Uma vez lá embaixo corremos até o sifão para averiguar se o mesmo possibilitava a passagem. Chegando próximo ao sifão já era possível ter uma idéia de como estava a situação: “Está com água mais uma vez! Droga!” (não exatamente nestas palavras). Chegando um pouco mais próximo: “Pensando bem tem pouca água!”. Averiguando mais de perto ainda... “Beleza! Acho que dá para passar!”. Entrando efetivamente na lama: “Dá para passar!!!”. Enfim, na quarta tentativa (acho) e exatamente um ano depois de termos passado o sifão pela primeira vez ele estava baixo o suficiente para passarmos novamente e topografarmos a continuação! Vale lembrar que o Michel Le Bret já havia passado este sifão há algumas década atrás. Na ocasião ele também mapeou esta parte da caverna porém, sem muitos detalhes. Anos depois o GEGEO retopografou esta caverna, mas não ultrapassou o sifão ficando o mapa faltando esta continuação. O Caê voltou correndo até o grande salão para avisar a Renata que iríamos passar o sifão e continuar a topografia da caverna. A Renata desceu trazendo o resto dos equipamentos enquanto que o Bedu voltou à casa do Sr Agenor para uma longa seção de RP. O apoio na base da descida não seria mais necessário e esperar por ali por um período relativamente longo seria ruim... Passamos o sifão topografando e logo acessamos um grande conduto de continuação. O mergulho do calcário forma um teto inclinado. À esquerda, um teto bem alto com outros condutos e algumas continuações. À direita outros condutos continuam porém através de bastante teto-baixo. O solo é repleto de seixos em um leito de rio seco. Galhos, troncos e um pedaço de blusa vermelha indicam que a água, ocasionalmente acessa esse conduto reativando o rio. Topografamos o caminho principal e a maioria das laterais. Uma das laterias se revelou em um belo salão fóssil não colocado no mapa do Le Bret. Topografamos a maior parte da caverna pós-sifão em cerca de 340m de condutos na sua maioria de teto-baixo. Com exceção do grande conduto do início esta parte da caverna é formada por largos condutos inclinados e estreitos dificultando o acesso à todas as laterais e transformando a topografia em um trabalho de ralação e bem cansativo. Horas depois o cansaço bateu e resolvemos voltar (ainda teria que repassar o sifão e subir o abismo!).
Deixamos algumas passagens em aberto, entre elas um conduto superior, um quebra-corpo, uma lateral de teto-baixo e uma promissora fenda. Esta última é bastante longa mas muito apertada. Em uma próxima viagem podemos averigua novamente a passagem do sifão para continuar os trabalhos ou deixar a empreitada para o dia das crianças de 2008. De qualquer forma já temos material suficiente para produzir o mapa e até publicá-lo se for o caso. Vale lembrar que temos já algumas centenas de metros a mais que os mapas anteriores além da descoberta de alguns condutos que estavam fechados nos outros mapas.
Acima vemos a área topografada nesta viagem e abaixo o mapa na sua última versão. Já estamos com várias áreas não topografadas ou exploradas por Michel Le Bret e também com bastante precisão e riquesa de detalhes.
Depois vou postar um histórico desta caverna com as expedições e mapeamentos realizados em décadas atrás.
No Sábado a equipe foi dividida. Enquanto que eu e a Renata fomo verificar umas pendências na Santana, o Caê, a Daisy, o Bedu, a Cris e o Gelson foram prospectar uma caverna que o Caê conhecia (a cerca de 10 anos atrás...) mas não encontraram a dita-cuja.
No Domingo uma parte da equipe voltou para SP enquanto que a outra foi bater mato na região da Passoca (Daniel , Renata, Cris e Gelson). O objetivo era chegar até uma área onde possívelmente estaríamos sobre o segundo rio da caverna. Encontramos, através de uma pequena passagem, um belo abismo mas, após descer cerca de 15m o mesmo não apresentou possibilidades de continuação. Tivemos que voltar logo devido ao tempo curto. Em próximas viagens deveremos procurar outros buracos na região.
No Domingo uma parte da equipe voltou para SP enquanto que a outra foi bater mato na região da Passoca (Daniel , Renata, Cris e Gelson). O objetivo era chegar até uma área onde possívelmente estaríamos sobre o segundo rio da caverna. Encontramos, através de uma pequena passagem, um belo abismo mas, após descer cerca de 15m o mesmo não apresentou possibilidades de continuação. Tivemos que voltar logo devido ao tempo curto. Em próximas viagens deveremos procurar outros buracos na região.
15-16 de setembro de 2007 Grutas do Agenor e Santana
por Daniel Menin
Fizemos mais uma saída para o PETAR nesse fim de semana. Os objetivos eram fechar pendências na Gruta do Agenor, uma delas verificar a continuidade de um abismo no fundo do salão desmoronado (“Baixão”) e dependendo do cansaço, topografar o abismo São Jorge na Santana, aproveitando o domingo.
Sábado – Gruta do Agenor
Equipe: Daniel (croquis), Renata (trena), Marcos (leitura), Lalas (ponta) e Camila (anotação).
Duas pendências curtas foram fechadas. A topografia do “conduto do cotovelo” e um fechamento no “setor do jantar”. Descemos também o abismo no fundo do “baixão”, mas esse estava obstruído. Na volta passamos no lago dos bichos para averiguar uma possível passagem devido ao nível baixo da água. O Marcos mergulhou, mas também não foi possível passar o sifão.
Ainda restam algumas pendências, mas ao que tudo indica a caverna está no fim da sua exploração e topografia.
Fizemos mais uma saída para o PETAR nesse fim de semana. Os objetivos eram fechar pendências na Gruta do Agenor, uma delas verificar a continuidade de um abismo no fundo do salão desmoronado (“Baixão”) e dependendo do cansaço, topografar o abismo São Jorge na Santana, aproveitando o domingo.
Sábado – Gruta do Agenor
Equipe: Daniel (croquis), Renata (trena), Marcos (leitura), Lalas (ponta) e Camila (anotação).
Duas pendências curtas foram fechadas. A topografia do “conduto do cotovelo” e um fechamento no “setor do jantar”. Descemos também o abismo no fundo do “baixão”, mas esse estava obstruído. Na volta passamos no lago dos bichos para averiguar uma possível passagem devido ao nível baixo da água. O Marcos mergulhou, mas também não foi possível passar o sifão.
Ainda restam algumas pendências, mas ao que tudo indica a caverna está no fim da sua exploração e topografia.
Domingo – Gruta Santana
Equipe: Daniel (croquis), Marcos (leitura), Renata (ponta) e Lalas (anotação).
Aproveitando o dia no domingo e o pessoal com equipamento vertical, resolvemos voltar à Gruta Santana e continuar a topografia de onde paramos no fim de semana passado. A partir de ancoragem natural, descemos topografando o abismo São Jorge (cerca de 20 metros de desnível), e parte da galeria intermediária. Seguimos topografando pela possível “galeria do futuro” e voltamos descendo pelo rio e ligando nossa topografia à base deixada pela equipe do Bedu em uma saída anterior. Esta topografia gerou uma enorme poligonal (a Leda passará as infos mais precisas sobre os resultados da topo). Está em aberto para topografia uma parte da galeria intermediária, que pode ser alcançada através de uma escalada a partir do rio (base BB20). No total Topografamos cerca de 200m entre o abismo de São Jorge, a galeria do futuro, parte do setor intermediário e 2 descidas para o Rio.
7 de setembro de 2007 - Agenor e a descoberta do Tobogã do Demo
por Daniel Menin
Agenor:
Equipe estava formada por mim (Daniel) pela Renata, pelo Sylvio e pela Erica.
Logo ao entrarmos na caverna fomos até o Lago dos Bichos para averiguar no nível da água. Como trata-se de um sifão este poderia estar baixo o suficiente (ou até mesmo seco) nesta época do ano de poucas chuvas. Ao chegarmos no lago vimos que a água estava bastante baixa mas como nossa intenção não era se molhar completamente resolvemos não entrar na água para tentar a passagem.
Os outros objetivos eram de fechar as pendências deixadas na área próxima à “Sala Corneto”, onde sabíamos que existiam caminhos alternativos até o “Baixão”. Nossa intenção era topografar um destes caminhos e também o “Cotovelo”, um conduto deixado em aberto e que também segue em direção ao “Baixão”. Topografamos cerca de 80m até fecharmos com uma base próximo aos poços no fundo do “Baixão”. Antes de voltarmos para topografar o Cotovelo resolvi averiguar as condições da descida para dos poços e para a minha surpresa vi um conduto de proporções médias, mas o suficiente para não subestimar escondido bem na beira de um dos poços. Resolvi entrar para dar uma olhada. Alguns metros a beira de escorrimentos e uma tímida bifurcação á direita. O caminho á frente terminava em um teto baixo estreito demais para a passagem de um ser humano mas a opção da direita na bifurcação acessava uma espécie de antigo conduto freático em forma de um estreito tobogã que serpenteando descia caverna abaixo. Juntamos toda a equipe e começamos a topografar. Para descer o tobogã foi fácil pois a força da gravidade ajudou bastante. Bastou deitar de barriga para cima e ir direcionando a descida com os pés. Logo acessamos uma sala maior e de lá um conduto grande que continuava descendo. Estávamos claramente em uma área de proporções surpreendentes. Como caberia ainda esta parte da caverna no mapa em uma região já tão preenchida? Seguimos topografando até atingir outro salão, este maior ainda. Água! Este conduto continha dunas de lama e um lago. Em uma de sua extremidade estava o fim do salão, obstruído por muita lama. Do outro, o lago continuava até uma estreita curva. Como mais uma vez não quisermos nos molhar deixamos esta passagem em aberto para uma próxima oportunidade.
Pelos nossos cálculos estávamos na parte mais baixa da caverna, no mesmo nível do “Lago dos Bichos”. Aliás, pela direção que havíamos seguido deveríamos estar bem próximo a esse lago senão no próprio lago. Deveremos voltar para nadar e averiguar!Agora era hora de voltar e pagamos todos os pecados do ano para subir o tobogã... dificuldade que nos faz jurar não pagar essa penitência novamente tão cedo e acabou dando nome ao lugar: “tobogã do demo”
Agenor:
Equipe estava formada por mim (Daniel) pela Renata, pelo Sylvio e pela Erica.
Logo ao entrarmos na caverna fomos até o Lago dos Bichos para averiguar no nível da água. Como trata-se de um sifão este poderia estar baixo o suficiente (ou até mesmo seco) nesta época do ano de poucas chuvas. Ao chegarmos no lago vimos que a água estava bastante baixa mas como nossa intenção não era se molhar completamente resolvemos não entrar na água para tentar a passagem.
Os outros objetivos eram de fechar as pendências deixadas na área próxima à “Sala Corneto”, onde sabíamos que existiam caminhos alternativos até o “Baixão”. Nossa intenção era topografar um destes caminhos e também o “Cotovelo”, um conduto deixado em aberto e que também segue em direção ao “Baixão”. Topografamos cerca de 80m até fecharmos com uma base próximo aos poços no fundo do “Baixão”. Antes de voltarmos para topografar o Cotovelo resolvi averiguar as condições da descida para dos poços e para a minha surpresa vi um conduto de proporções médias, mas o suficiente para não subestimar escondido bem na beira de um dos poços. Resolvi entrar para dar uma olhada. Alguns metros a beira de escorrimentos e uma tímida bifurcação á direita. O caminho á frente terminava em um teto baixo estreito demais para a passagem de um ser humano mas a opção da direita na bifurcação acessava uma espécie de antigo conduto freático em forma de um estreito tobogã que serpenteando descia caverna abaixo. Juntamos toda a equipe e começamos a topografar. Para descer o tobogã foi fácil pois a força da gravidade ajudou bastante. Bastou deitar de barriga para cima e ir direcionando a descida com os pés. Logo acessamos uma sala maior e de lá um conduto grande que continuava descendo. Estávamos claramente em uma área de proporções surpreendentes. Como caberia ainda esta parte da caverna no mapa em uma região já tão preenchida? Seguimos topografando até atingir outro salão, este maior ainda. Água! Este conduto continha dunas de lama e um lago. Em uma de sua extremidade estava o fim do salão, obstruído por muita lama. Do outro, o lago continuava até uma estreita curva. Como mais uma vez não quisermos nos molhar deixamos esta passagem em aberto para uma próxima oportunidade.
Pelos nossos cálculos estávamos na parte mais baixa da caverna, no mesmo nível do “Lago dos Bichos”. Aliás, pela direção que havíamos seguido deveríamos estar bem próximo a esse lago senão no próprio lago. Deveremos voltar para nadar e averiguar!Agora era hora de voltar e pagamos todos os pecados do ano para subir o tobogã... dificuldade que nos faz jurar não pagar essa penitência novamente tão cedo e acabou dando nome ao lugar: “tobogã do demo”
26-27 maio de 2007
por Daniel Menin
Havíamos marcado de retornar na caverna do Agenor na primeira oportunidade. Os objetivos principais eram descer e topografar o poção antes do grande conduto, topografar os condutos laterais deixados no lado da direita do grande conduto, averiguar melhor a parede de escorrimento no final da área da esquerda e continuar os condutos inferiores de lama. Bastante trabalho para um só dia de caverna (Sábado).
A equipe praticamente se manteve a mesma da última viagem com exceção do Chico e do João mergulhador, que não puderam comparecer, e com a presença do César que viajou conosco após a reabilitação de sua cirurgia no ombro esquerdo.
Chegando na caverna nos dirigimos diretamente até o Poção. Um pouco antes, porém, iniciamos a desobstrução de um pequeno acesso a um conduto superior no “salão carioca”, porém deixamos para continuar esta investida em outra viagem.
Enquanto eu e o Dennys desobstruíamos este conduto, o Marcos bateu um spit e montou a ancoragem para descer o poção. Desceram ele e a Renata na frente e logo desapareceram, o que apontava continuações. Uma vez de volta resolvemos topografar a descida e as continuações. Deixamos nossas mochilas no fundo do poção e seguimos topografando por um estreito conduto de teto baixo. Este conduto acessou mais um salão de tamanho animador. Sabíamos que estávamos entre o grande conduto e todo o restante da caverna e que não tínhamos muito espaço para grandes continuações, mas mais uma vez os condutos continuavam. Estava difícil de entender. Este salão estava dividido entre uma área mais acima, entre grandes blocos desmoronados e uma área inferior, com muita lama. Estranhamente encontramos alguns ossos de morcegos em locais bastante improváveis. Apesar do tamanho do salão os condutos em suas extremidades terminaram seja em apertados desmoronamentos, seja em obstrução de argila e sedimentos.
Terminada a topografia desta área voltamos ao poção e rumamos para o grande conduto. Fechamos todas as continuidades laterais - nenhuma delas realmente continuava - e seguimos para a parte inferior da área da esquerda. Forçamos um pouco a parede de escorrimento e seguimos para a parte mais profunda desta área. Topografamos os condutos de lama e deixamos 2 continuidades de potencial. Uma delas é o grande “ralo” no salão das lamas e a outra é no meio do desmoronamento da extremidade esquerda. Ambos os pontos precisarão de corda e equipagem de vertical.
A cada dia as continuidades ficam menos prováveis e difíceis, o que nos aponta que ainda gastaremos algumas viagens e muito suor para terminar o mapa. Por outro lado a caverna foi até agora toda descoberta através destas passagens improváveis o que nos aponta que não podemos prever um término tão próximo.
Havíamos marcado de retornar na caverna do Agenor na primeira oportunidade. Os objetivos principais eram descer e topografar o poção antes do grande conduto, topografar os condutos laterais deixados no lado da direita do grande conduto, averiguar melhor a parede de escorrimento no final da área da esquerda e continuar os condutos inferiores de lama. Bastante trabalho para um só dia de caverna (Sábado).
A equipe praticamente se manteve a mesma da última viagem com exceção do Chico e do João mergulhador, que não puderam comparecer, e com a presença do César que viajou conosco após a reabilitação de sua cirurgia no ombro esquerdo.
Chegando na caverna nos dirigimos diretamente até o Poção. Um pouco antes, porém, iniciamos a desobstrução de um pequeno acesso a um conduto superior no “salão carioca”, porém deixamos para continuar esta investida em outra viagem.
Enquanto eu e o Dennys desobstruíamos este conduto, o Marcos bateu um spit e montou a ancoragem para descer o poção. Desceram ele e a Renata na frente e logo desapareceram, o que apontava continuações. Uma vez de volta resolvemos topografar a descida e as continuações. Deixamos nossas mochilas no fundo do poção e seguimos topografando por um estreito conduto de teto baixo. Este conduto acessou mais um salão de tamanho animador. Sabíamos que estávamos entre o grande conduto e todo o restante da caverna e que não tínhamos muito espaço para grandes continuações, mas mais uma vez os condutos continuavam. Estava difícil de entender. Este salão estava dividido entre uma área mais acima, entre grandes blocos desmoronados e uma área inferior, com muita lama. Estranhamente encontramos alguns ossos de morcegos em locais bastante improváveis. Apesar do tamanho do salão os condutos em suas extremidades terminaram seja em apertados desmoronamentos, seja em obstrução de argila e sedimentos.
Terminada a topografia desta área voltamos ao poção e rumamos para o grande conduto. Fechamos todas as continuidades laterais - nenhuma delas realmente continuava - e seguimos para a parte inferior da área da esquerda. Forçamos um pouco a parede de escorrimento e seguimos para a parte mais profunda desta área. Topografamos os condutos de lama e deixamos 2 continuidades de potencial. Uma delas é o grande “ralo” no salão das lamas e a outra é no meio do desmoronamento da extremidade esquerda. Ambos os pontos precisarão de corda e equipagem de vertical.
A cada dia as continuidades ficam menos prováveis e difíceis, o que nos aponta que ainda gastaremos algumas viagens e muito suor para terminar o mapa. Por outro lado a caverna foi até agora toda descoberta através destas passagens improváveis o que nos aponta que não podemos prever um término tão próximo.
segunda-feira, 24 de março de 2008
29 de abril a 01 de maio de 2007
por Daniel Menin
No Feriado de maio realizamos mais uma viagem ao PETAR. O grupo estava fortemente representado e tinha cerca de 25 pessoas na casa da Cris mais algumas na pousada da Idaty.
Os objetivos no Projeto Passoca e arredores era terminar algumas pendências deixadas na Caverna do Agenor, se possível todas e inicia a topografia do Abismo da Passoca.
O mapa da caverna do Agenor estava quase pronto havendo apenas cerca de 4 ou 5 pequenas entradas a se averiguar.
Foi separada uma equipe logo no primeiro dia (Eu, Renata, Chico, Cris Albuqerque e João mergulhador carioca) e fomos até a caverna do Agenor. Os primeiros fechamentos foram as duas entradas, logo após a segunda corda. Em uma delas seguimos por uma fenda até um pequeno salão de onde observávamos um conduto superior a cerca de 5 metros acima. Eu, o João e o Chico escalamos esta passagem enquanto que a Cris e a Renata acharam melhor ficar aguardando para não se exporem à escalada e colocarem o papo em dia. Uma vez lá em cima acessamos mais um salão de onde partiam outros 5 condutos em diversas direções. Topografamos o maior deles que acessou o salão desmoronado, na área nova. De certa forma já conhecíamos este conduto, porém penetrá-lo através do salão era difícil pois há um abismo separando os dois.
Terminado a topografia deste conduto resolvemos topografar mais um dos outros 4 restantes. Alguns metros adiante e verificamos que 3 destes condutos levavam à mesma área. Um pequeno salão de teto baixo que após um pequeno ressalto escondia um belo poço de cerca de 10m de profundidade. A princípio, lá de cima não podíamos ver continuidades, mas já estava certo que deveríamos voltar outro dia com equipamento apropriado.
Deste salão saia mais um conduto de proporções animadoras, porém ainda de teto baixo. Alguns metros de rastejamento e este conduto começou a abrir. Iluminando a minha frente eu podia ver uma série de estalactities brancas e atrás delas um profundo vazio. Não era possível! Me aproximei mais um pouco, iluminei mais uma vez a continuação do conduto e pude verificar que a caverna abria mais e mais. Tentei reconhecer a área, mas a cada metro eu me certificava que não era uma área conhecida, mas mais um grande salão. Maravilha ! Deixei a novidade para se desvendar à medida em que a topografia avançasse e voltei para prosseguir o trabalho. Vamos seguir a topo por este conduto !, avisei o Chico e o João que contemplavam o poção pensando na melhor maneira de descer.
Topografamos o conduto que dava acesso a esse salão. O conduto estava próximo ao teto, portanto deveríamos descer por uma fenda para efetivamente acessar a continuidade da caverna. Avançamos mapeando até um primeiro patamar, já sobre ume montanha de travertinos bastante escorregadia. Desta parte pude iluminar mais à lateral, para onde o salão tinha seu maior desenvolvimento. Deste ponto podíamos ter idéia das dimensões desta área. A uns 30m de distância pudemos ver um altar de calcita, mais travertinos com grandes estalactities e mities. Topografamos até a base deste primeiro salão e resolvemos dar uma olhada no resto daquela área. Tivemos um pouco de dificuldade de acessar este altar, pois o mesmo, de calcita e argila é bastante frágil e não queríamos deixar muitas marcas. Uma vez em sua lateral pudemos verificar um grande vazio dos dois lados do altar. Estávamos no centro de um grande conduto de proporções ainda desconhecidas. Sem dúvida era até agora a área mais vasta da caverna. Mais vasta que o Salão das Pegáguas ou que o Banco-Central. Descemos do altar e seguimos primeiro pela parte da direita. Um chão plano e de argila estava todo marcado por profundas gretas. Pisávamos com cuidado para deixar o mínimo de marcas possíveis. Seguimos por este conduto até chegarmos em um outro salão bastante ornamentado e um desmoronamento.
Neste dia já estávamos cansados, pensamos na Renata e na Cris que ficaram nos esperando antes da escalada. Resolvemos voltar e deixar o resto deste salão, assim como a continuidade do outro lado do altar para a topo de outro dia.
Diversas vezes havíamos considerado praticamente o fim dos trabalhos na Caverna do Agenor. Restavam apenas pequenos fechamentos ou verificações de condutos que no final das contas acabaram continuando e abrindo outros caminhos. Mais uma vez saímos da caverna com muito mais trabalho do que entramos...
No Dia seguinte seguimos para caverna de Areias topografar a bifurcação nova, próximo ao fim da área da direita.
No último dia do feriado montamos novamente uma equipe para a caverna do Agenor. Daniel, Renata, Chico, Dennys, João e Marcos. Como estávamos com a trena a Laser resolvemos fazer duas equipes para o fechamento de mais 2 condutos na área do poção e para topografar a área do grande conduto novo. Partimos a topo do último ponto na base do primeiro salão. Em 2 equipes resolvemos topografar a área da direita seguindo o conduto principal e deixando condutos laterais em aberto. Uma equipe (Daniel, Chico e Dennys) seguiu a parede da direita enquanto que a outra equipe (Marcos, Renata e João) seguiu pela esquerda. Fechamos as duas topos na extremidade deste conduto, acima do desmoronamento e uma área bem próximo a uma saída. Escalando e forçando a passagem em alguns pontos pude sentir o vento exterior e o cheiro do mato, mas era impossível transpor pois tratava-se um teto de pequenos blocos desmoronados e instáveis. Forçando outro ponto cheguei a um deslizamento de argila onde, na parte mais superior, pude verificar no teto a raiz de árvores o que mais uma vez indica a proximidade da superfície. Pequenas conchas e animais também indicavam o contato com o meio exterior, mas em nenhum ponto identificamos alguma evidência de que esta passagem poderia ser maior do que alguns centímetros.Uma vez terminada esta parte seguimos para o altar, no meio do conduto e topografamos a continuidade da esquerda. Chegamos até o suposto fim do conduto em uma grande parede de escorrimento. À nossa direita uma enorme descida de blocos parecia contornar o conduto e voltar por um andar inferior. Topografamos esta decida deixando mais alguns pontos em aberto. Acessamos uma área de condutos menores, labirínticos e repletos de lama o que indica uma vazão não muito antiga de água. Nesta área, a base de um salão forma um enorme “ralo” para onde fatalmente a água escorre. A outra extremidade desta área entra em um quebra-corpo. Também existem condutos a princípio labirínticos que deixamos para topografar em outra ocasião. Estávamos exaustos em um dia onde topografamos cerca de 750 metros de caverna. Um recorde nos dias de hoje em cavernas novas no PETAR.
No Feriado de maio realizamos mais uma viagem ao PETAR. O grupo estava fortemente representado e tinha cerca de 25 pessoas na casa da Cris mais algumas na pousada da Idaty.
Os objetivos no Projeto Passoca e arredores era terminar algumas pendências deixadas na Caverna do Agenor, se possível todas e inicia a topografia do Abismo da Passoca.
O mapa da caverna do Agenor estava quase pronto havendo apenas cerca de 4 ou 5 pequenas entradas a se averiguar.
Foi separada uma equipe logo no primeiro dia (Eu, Renata, Chico, Cris Albuqerque e João mergulhador carioca) e fomos até a caverna do Agenor. Os primeiros fechamentos foram as duas entradas, logo após a segunda corda. Em uma delas seguimos por uma fenda até um pequeno salão de onde observávamos um conduto superior a cerca de 5 metros acima. Eu, o João e o Chico escalamos esta passagem enquanto que a Cris e a Renata acharam melhor ficar aguardando para não se exporem à escalada e colocarem o papo em dia. Uma vez lá em cima acessamos mais um salão de onde partiam outros 5 condutos em diversas direções. Topografamos o maior deles que acessou o salão desmoronado, na área nova. De certa forma já conhecíamos este conduto, porém penetrá-lo através do salão era difícil pois há um abismo separando os dois.
Terminado a topografia deste conduto resolvemos topografar mais um dos outros 4 restantes. Alguns metros adiante e verificamos que 3 destes condutos levavam à mesma área. Um pequeno salão de teto baixo que após um pequeno ressalto escondia um belo poço de cerca de 10m de profundidade. A princípio, lá de cima não podíamos ver continuidades, mas já estava certo que deveríamos voltar outro dia com equipamento apropriado.
Deste salão saia mais um conduto de proporções animadoras, porém ainda de teto baixo. Alguns metros de rastejamento e este conduto começou a abrir. Iluminando a minha frente eu podia ver uma série de estalactities brancas e atrás delas um profundo vazio. Não era possível! Me aproximei mais um pouco, iluminei mais uma vez a continuação do conduto e pude verificar que a caverna abria mais e mais. Tentei reconhecer a área, mas a cada metro eu me certificava que não era uma área conhecida, mas mais um grande salão. Maravilha ! Deixei a novidade para se desvendar à medida em que a topografia avançasse e voltei para prosseguir o trabalho. Vamos seguir a topo por este conduto !, avisei o Chico e o João que contemplavam o poção pensando na melhor maneira de descer.
Topografamos o conduto que dava acesso a esse salão. O conduto estava próximo ao teto, portanto deveríamos descer por uma fenda para efetivamente acessar a continuidade da caverna. Avançamos mapeando até um primeiro patamar, já sobre ume montanha de travertinos bastante escorregadia. Desta parte pude iluminar mais à lateral, para onde o salão tinha seu maior desenvolvimento. Deste ponto podíamos ter idéia das dimensões desta área. A uns 30m de distância pudemos ver um altar de calcita, mais travertinos com grandes estalactities e mities. Topografamos até a base deste primeiro salão e resolvemos dar uma olhada no resto daquela área. Tivemos um pouco de dificuldade de acessar este altar, pois o mesmo, de calcita e argila é bastante frágil e não queríamos deixar muitas marcas. Uma vez em sua lateral pudemos verificar um grande vazio dos dois lados do altar. Estávamos no centro de um grande conduto de proporções ainda desconhecidas. Sem dúvida era até agora a área mais vasta da caverna. Mais vasta que o Salão das Pegáguas ou que o Banco-Central. Descemos do altar e seguimos primeiro pela parte da direita. Um chão plano e de argila estava todo marcado por profundas gretas. Pisávamos com cuidado para deixar o mínimo de marcas possíveis. Seguimos por este conduto até chegarmos em um outro salão bastante ornamentado e um desmoronamento.
Neste dia já estávamos cansados, pensamos na Renata e na Cris que ficaram nos esperando antes da escalada. Resolvemos voltar e deixar o resto deste salão, assim como a continuidade do outro lado do altar para a topo de outro dia.
Diversas vezes havíamos considerado praticamente o fim dos trabalhos na Caverna do Agenor. Restavam apenas pequenos fechamentos ou verificações de condutos que no final das contas acabaram continuando e abrindo outros caminhos. Mais uma vez saímos da caverna com muito mais trabalho do que entramos...
No Dia seguinte seguimos para caverna de Areias topografar a bifurcação nova, próximo ao fim da área da direita.
No último dia do feriado montamos novamente uma equipe para a caverna do Agenor. Daniel, Renata, Chico, Dennys, João e Marcos. Como estávamos com a trena a Laser resolvemos fazer duas equipes para o fechamento de mais 2 condutos na área do poção e para topografar a área do grande conduto novo. Partimos a topo do último ponto na base do primeiro salão. Em 2 equipes resolvemos topografar a área da direita seguindo o conduto principal e deixando condutos laterais em aberto. Uma equipe (Daniel, Chico e Dennys) seguiu a parede da direita enquanto que a outra equipe (Marcos, Renata e João) seguiu pela esquerda. Fechamos as duas topos na extremidade deste conduto, acima do desmoronamento e uma área bem próximo a uma saída. Escalando e forçando a passagem em alguns pontos pude sentir o vento exterior e o cheiro do mato, mas era impossível transpor pois tratava-se um teto de pequenos blocos desmoronados e instáveis. Forçando outro ponto cheguei a um deslizamento de argila onde, na parte mais superior, pude verificar no teto a raiz de árvores o que mais uma vez indica a proximidade da superfície. Pequenas conchas e animais também indicavam o contato com o meio exterior, mas em nenhum ponto identificamos alguma evidência de que esta passagem poderia ser maior do que alguns centímetros.Uma vez terminada esta parte seguimos para o altar, no meio do conduto e topografamos a continuidade da esquerda. Chegamos até o suposto fim do conduto em uma grande parede de escorrimento. À nossa direita uma enorme descida de blocos parecia contornar o conduto e voltar por um andar inferior. Topografamos esta decida deixando mais alguns pontos em aberto. Acessamos uma área de condutos menores, labirínticos e repletos de lama o que indica uma vazão não muito antiga de água. Nesta área, a base de um salão forma um enorme “ralo” para onde fatalmente a água escorre. A outra extremidade desta área entra em um quebra-corpo. Também existem condutos a princípio labirínticos que deixamos para topografar em outra ocasião. Estávamos exaustos em um dia onde topografamos cerca de 750 metros de caverna. Um recorde nos dias de hoje em cavernas novas no PETAR.
Páscoa - abril 2007
por Daniel Menin
Sexta-feira - Caverna do Agenor:
Na ultima investida na caverna deixamos vários condutos em aberto que prometiam um verdadeiro labirinto em alguns níveis diferentes.
Dividimos as áreas de trabalho em 6 quadros com cerca de 20 continuações possíveis...
No Sábado foram formadas 2 equipes sendo uma de fundo, que iria até a parte mais extrema da caverna averiguando os 3 últimos quadros e outra que ficaria um pouco mais atrás. As 2 equipes estavam nas áreas descobertas durante as ultimas viagens (salão das elictities, baixão e continuações).
A primeira equipe se dirigiu diretamente para um longo conduto de teto baixo (o “Superespreme”) que apontava diretamente para a área fora do perímetro da caverna o que o tornava bastante promissor. Havíamos topografado seu início na ultima viagem retornado antes de atingir seu fechamento. A equipe topografou o conduto até atingir uma área bastante “enlameada” e de proporções reduzidas a ponto de deixar um tatu com claustrofobia. Desistimos então daquele ponto e iniciamos a volta fechando as entradas laterais. Acessamos um grande labirinto onde quase todos os condutos se interligam em algum momento. Aparentemente esta área era um grande conduto que foi, um dia, entupido de sedimentos sendo desobstruído com o tempo e formando muitos condutos e passagens de forma caótica e em diversos níveis.
A equipe 2 topografou outras continuações onde também pôde atingir esta área confusa e unir a topo com a outra equipe em alguns pontos.
Muitos dos fechamentos foram realizados não ficando nenhum grande conduto em aberto.
Trabalhamos por cerca de 8hs na caverna e pela primeira vez saímos com menos trabalho do que entramos !
Ainda faltam alguns condutos interessantes a serem verificados, o histórico da caverna nos aponta que em qualquer um destes condutos podemos encontrar outras continuações e continuações...
Sábado:
Na Sexta foi realizada uma assembléia extraordinária e todos os participantes da expedição se rebelaram com a idéia de voltar para a Agenor, devido a canseira do dia anterior ( espeleoidosos é fogo! ).
Desta forma, o grupo foi dividido onde uma parte seguiu para as cavernas do Bethary topografando a Gruta do Gastão (é isso Guano ?) e outra partiu a procura do Abismo Doriana, também naquela região. A segunda equipe bateu-mato insistentemente, mas não encontrou o abismo resolvendo desistir da empreitada.
Para não perder a arrumação das malas a equipe resolveu “dar uma passada” no Abismo do Mastodonte para averiguar uma possível e quase remota continuação, super apertada, dentro da água, no fim de um longo conduto de teto baixo, o qual na primeira ocasião eu jurei que não voltaria nunca mais...
Fomos até o abismo, equipamos, descemos e seguimos pelo conduto até a passagem mais apertada. Depois de uns 200m de teto baixo o conduto acaba em um pequeno lago onde mal é possível colocar a cabeça para ver se continua... de certa forma este foi exatamente o problema.
Depois de uma rápida discussão para definir quem seria o “mergulhador” eu acabei aceitando (em troca da desequipagem do abismo) e entrei no laguinho. Depois de estar completamente dentro da água, com a cabeça virada tentando respirar no pequeno espaço do conduto alagado verifiquei que a continuação abria um pouco. Mais cerca de 1m de desespero e pude sair do conduto e ficar em pé em um outro conduto perpendicular de proporções animadoras. Tratava-se de um conduto ativo de rio com plena continuação dos dois lados.
Chamei o Renato que acabou também tendo que passar pelo “ralo de privada” e exploramos o conduto nos certificando que esta fecha dos dois lados a algumas dezenas de metros adiante. Não topografamos pois estávamos sem equipamento. Pela dificuldade de acesso provavelmente esta área ficará somente no croquis (acrescentarei em breve).
Fica uma sugestão de topografia para o ano de 2900 quando os espeleólogos já tiverem mapeado todas as cavernas do universo.
Nesta empreitada estavam eu, o Renato e a Renata.
Eu e o Renato exploramos esta continuação e a Renata ficou entusiasticamente esperando fora do conduto, próximo à corda...
No Domingo acordamos, arrumamos as coisas e enfrentamos um dos maiores congestionamentos da história da humanidade. Esta que, a cada dia insiste em crescer e se multiplicar...
Sexta-feira - Caverna do Agenor:
Na ultima investida na caverna deixamos vários condutos em aberto que prometiam um verdadeiro labirinto em alguns níveis diferentes.
Dividimos as áreas de trabalho em 6 quadros com cerca de 20 continuações possíveis...
No Sábado foram formadas 2 equipes sendo uma de fundo, que iria até a parte mais extrema da caverna averiguando os 3 últimos quadros e outra que ficaria um pouco mais atrás. As 2 equipes estavam nas áreas descobertas durante as ultimas viagens (salão das elictities, baixão e continuações).
A primeira equipe se dirigiu diretamente para um longo conduto de teto baixo (o “Superespreme”) que apontava diretamente para a área fora do perímetro da caverna o que o tornava bastante promissor. Havíamos topografado seu início na ultima viagem retornado antes de atingir seu fechamento. A equipe topografou o conduto até atingir uma área bastante “enlameada” e de proporções reduzidas a ponto de deixar um tatu com claustrofobia. Desistimos então daquele ponto e iniciamos a volta fechando as entradas laterais. Acessamos um grande labirinto onde quase todos os condutos se interligam em algum momento. Aparentemente esta área era um grande conduto que foi, um dia, entupido de sedimentos sendo desobstruído com o tempo e formando muitos condutos e passagens de forma caótica e em diversos níveis.
A equipe 2 topografou outras continuações onde também pôde atingir esta área confusa e unir a topo com a outra equipe em alguns pontos.
Muitos dos fechamentos foram realizados não ficando nenhum grande conduto em aberto.
Trabalhamos por cerca de 8hs na caverna e pela primeira vez saímos com menos trabalho do que entramos !
Ainda faltam alguns condutos interessantes a serem verificados, o histórico da caverna nos aponta que em qualquer um destes condutos podemos encontrar outras continuações e continuações...
Sábado:
Na Sexta foi realizada uma assembléia extraordinária e todos os participantes da expedição se rebelaram com a idéia de voltar para a Agenor, devido a canseira do dia anterior ( espeleoidosos é fogo! ).
Desta forma, o grupo foi dividido onde uma parte seguiu para as cavernas do Bethary topografando a Gruta do Gastão (é isso Guano ?) e outra partiu a procura do Abismo Doriana, também naquela região. A segunda equipe bateu-mato insistentemente, mas não encontrou o abismo resolvendo desistir da empreitada.
Para não perder a arrumação das malas a equipe resolveu “dar uma passada” no Abismo do Mastodonte para averiguar uma possível e quase remota continuação, super apertada, dentro da água, no fim de um longo conduto de teto baixo, o qual na primeira ocasião eu jurei que não voltaria nunca mais...
Fomos até o abismo, equipamos, descemos e seguimos pelo conduto até a passagem mais apertada. Depois de uns 200m de teto baixo o conduto acaba em um pequeno lago onde mal é possível colocar a cabeça para ver se continua... de certa forma este foi exatamente o problema.
Depois de uma rápida discussão para definir quem seria o “mergulhador” eu acabei aceitando (em troca da desequipagem do abismo) e entrei no laguinho. Depois de estar completamente dentro da água, com a cabeça virada tentando respirar no pequeno espaço do conduto alagado verifiquei que a continuação abria um pouco. Mais cerca de 1m de desespero e pude sair do conduto e ficar em pé em um outro conduto perpendicular de proporções animadoras. Tratava-se de um conduto ativo de rio com plena continuação dos dois lados.
Chamei o Renato que acabou também tendo que passar pelo “ralo de privada” e exploramos o conduto nos certificando que esta fecha dos dois lados a algumas dezenas de metros adiante. Não topografamos pois estávamos sem equipamento. Pela dificuldade de acesso provavelmente esta área ficará somente no croquis (acrescentarei em breve).
Fica uma sugestão de topografia para o ano de 2900 quando os espeleólogos já tiverem mapeado todas as cavernas do universo.
Nesta empreitada estavam eu, o Renato e a Renata.
Eu e o Renato exploramos esta continuação e a Renata ficou entusiasticamente esperando fora do conduto, próximo à corda...
No Domingo acordamos, arrumamos as coisas e enfrentamos um dos maiores congestionamentos da história da humanidade. Esta que, a cada dia insiste em crescer e se multiplicar...
Carnaval 2007 - complemento
por Renata Andrade
Olá pessoal.
Complementando o relato da saída no carnaval feito pelo Daniel (atividades na Agenor e Páscoa) e Toni (saídas em Itaóca e Onça Parda), nesse feriado também foram realizadas as seguintes atividades:
- iniciado o mapeamento da Gruta da Passoca, com a Leda, Cassi e novatos topografando o conduto superior.
- topografia externa na região da Passoca, pela trilha, ligando as entradas da Passoca, Páscoa e Agenor (Caê, Gelson e Daisy).
- topografia da Gruta da Lapinha, localizada também na região da Passoca (Ovo, Guano e novatos).
- finalizada a topografia da Gastãozinho (Guano, Ovo, Cassi e novatos).
- saída no Parque das Lauráceas – tentativa de re-localização da Gruta do Saboroso, possível Gruta do Córrego Comprido, Gruta Krone nº 39.
Olá pessoal.
Complementando o relato da saída no carnaval feito pelo Daniel (atividades na Agenor e Páscoa) e Toni (saídas em Itaóca e Onça Parda), nesse feriado também foram realizadas as seguintes atividades:
- iniciado o mapeamento da Gruta da Passoca, com a Leda, Cassi e novatos topografando o conduto superior.
- topografia externa na região da Passoca, pela trilha, ligando as entradas da Passoca, Páscoa e Agenor (Caê, Gelson e Daisy).
- topografia da Gruta da Lapinha, localizada também na região da Passoca (Ovo, Guano e novatos).
- finalizada a topografia da Gastãozinho (Guano, Ovo, Cassi e novatos).
- saída no Parque das Lauráceas – tentativa de re-localização da Gruta do Saboroso, possível Gruta do Córrego Comprido, Gruta Krone nº 39.
Carnaval 2007: descoberta da segunda entrada da Gruta de Pascoa e Mapeamento do labirinto na Agenor
Texto Daniel Menin
Fotos Renato Kbelo
Durante o feriado de carnaval de 2007, atuamos nas cavernas de Páscoa e Agenor dando continuidade ao projeto Passoca e arredores, no PETAR em SP.
Na gruta da Páscoa:
Nosso objetivo do feriado nesta caverna foi cumprido com êxito. Quem leu o relatório anterior, com o mapa em anexo viu que pretendíamos escalar uma possível continuação por um conduto superior. Após 2 dias de trabalho na caverna conseguimos não somente encontrar a continuação mas também outras galerias superiores com um grande salão e.....
outra saída da caverna! Abaixo foto da equipe bastante exaltada após a escalada e descoberta da saída.
Ao todo escalamos cerca de 40m divididos em 4 ou 5 lances, mapeamos todo o percurso (quase que dobrando o tamanho da caverna). Ainda é preciso retornar pela boca do abismo e equipar o percurso em sentido contrário (de cima para baixo). Isto fará com que a caverna fique melhor equipada se tornando uma ótima opção de travessia com 2 equipes para atividades de treinamento, aprimoramento, batismo ou novas pesauisas.
No salão maior (perto da saída do abismo) encontramos vários ossos de animais, provavelmente vítimas da entrada vertical. Fica aqui publicado esta dica para futuros trabalhos de paleontologia.
Na caverna do Agenor:
Para quem não sabe, o objetivo neste carnaval era escalarmos a parede do salão Banco-central (extremo nordeste da caverna) através do qual descobrimos uma boa continuação da gruta.
Mapeamos até onde foi possível devido ao tempo e deixamos vários condutos continuando em aberto.
No último dia do feriado formamos 2 equipes e seguimos para a área nova porém, devido às fortes chuvas no dia anterior nos deparamos com um sifão não convencional: a linha 6, conduto que havíamos desobstruído possibilitando o acesso ao Banco-Central estava cheio d'água. Tentamos por um momento esvaziá-lo, mas achamos de bom-senso desistir da empreitada e seguir com outras atividades (o que foi prudente pois recomeçou a chover algumas horas depois). Aproveitamos o imprevisto e mapeamos todo o labirinto próximo à entrada da caverna, com galerias e desmoronamentos em 3 níveis diferentes. Aliás, foi uma excelente iniciativa, pois estas galerias estavam virando lenda após várias tentativas e desistências.
Fotos Renato Kbelo
Durante o feriado de carnaval de 2007, atuamos nas cavernas de Páscoa e Agenor dando continuidade ao projeto Passoca e arredores, no PETAR em SP.
Na gruta da Páscoa:
Nosso objetivo do feriado nesta caverna foi cumprido com êxito. Quem leu o relatório anterior, com o mapa em anexo viu que pretendíamos escalar uma possível continuação por um conduto superior. Após 2 dias de trabalho na caverna conseguimos não somente encontrar a continuação mas também outras galerias superiores com um grande salão e.....
outra saída da caverna! Abaixo foto da equipe bastante exaltada após a escalada e descoberta da saída.
Ao todo escalamos cerca de 40m divididos em 4 ou 5 lances, mapeamos todo o percurso (quase que dobrando o tamanho da caverna). Ainda é preciso retornar pela boca do abismo e equipar o percurso em sentido contrário (de cima para baixo). Isto fará com que a caverna fique melhor equipada se tornando uma ótima opção de travessia com 2 equipes para atividades de treinamento, aprimoramento, batismo ou novas pesauisas.
No salão maior (perto da saída do abismo) encontramos vários ossos de animais, provavelmente vítimas da entrada vertical. Fica aqui publicado esta dica para futuros trabalhos de paleontologia.
Na caverna do Agenor:
Para quem não sabe, o objetivo neste carnaval era escalarmos a parede do salão Banco-central (extremo nordeste da caverna) através do qual descobrimos uma boa continuação da gruta.
Mapeamos até onde foi possível devido ao tempo e deixamos vários condutos continuando em aberto.
No último dia do feriado formamos 2 equipes e seguimos para a área nova porém, devido às fortes chuvas no dia anterior nos deparamos com um sifão não convencional: a linha 6, conduto que havíamos desobstruído possibilitando o acesso ao Banco-Central estava cheio d'água. Tentamos por um momento esvaziá-lo, mas achamos de bom-senso desistir da empreitada e seguir com outras atividades (o que foi prudente pois recomeçou a chover algumas horas depois). Aproveitamos o imprevisto e mapeamos todo o labirinto próximo à entrada da caverna, com galerias e desmoronamentos em 3 níveis diferentes. Aliás, foi uma excelente iniciativa, pois estas galerias estavam virando lenda após várias tentativas e desistências.
20-21 de janeiro de 2007 - Gruta de Páscoa e Abismo 31 de Março
por Renata de Andrade
No fim de semana passado (20-21 de janeiro) estive com o Daniel no Petar.
No sábado o destino foi a Gruta da Páscoa, na região da Passoca, cuja topografia do conduto superior foi realizada no final do ano passado (Caê, Toni & cia). Descemos um lance de corda de cerca de 20 metros e demos continuidade à topografia na região inferior. Eu fiquei responsável pela leitura dos equipamentos, anotação e medida das distâncias, munida com a trena a laser, e o Daniel ficou com os croquis e as marcações das bases. A trena a laser facilitou a topografia, mas o ideal seria uma terceira pessoa na anotação e indicação das bases, deixando o croquista apenas com essa função.
No fim de semana passado (20-21 de janeiro) estive com o Daniel no Petar.
No sábado o destino foi a Gruta da Páscoa, na região da Passoca, cuja topografia do conduto superior foi realizada no final do ano passado (Caê, Toni & cia). Descemos um lance de corda de cerca de 20 metros e demos continuidade à topografia na região inferior. Eu fiquei responsável pela leitura dos equipamentos, anotação e medida das distâncias, munida com a trena a laser, e o Daniel ficou com os croquis e as marcações das bases. A trena a laser facilitou a topografia, mas o ideal seria uma terceira pessoa na anotação e indicação das bases, deixando o croquista apenas com essa função.
O Daniel escalou uma fenda até um conduto superior que aponta uma possível continuação, porém de difícil acesso. Para explorar e mapear este conduto precisaremos de mais uma investida específica de escalada (cadê os escaladores? ).
No domingo, resolvemos comemorar a despedida dos 31 anos do Daniel no Abismo 31 de Março. Estávamos com 130 metros de corda, portanto não descemos muito. A parte do abismo que descemos é muito bonita e o acesso à região inferior (241 metros de desnível) por esse conduto parece ser bem mais fácil que pelo tradicional Juvenal. Paramos em uma região mais estreita e início de uma série de travertinos/ escorrimentos (certamente o caminho da água). A possibilidade de chuva durante nossa investida foi outro fator que nos fez voltar.
É isso, logo mais o Daniel envia o mapa da Páscoa.
No domingo, resolvemos comemorar a despedida dos 31 anos do Daniel no Abismo 31 de Março. Estávamos com 130 metros de corda, portanto não descemos muito. A parte do abismo que descemos é muito bonita e o acesso à região inferior (241 metros de desnível) por esse conduto parece ser bem mais fácil que pelo tradicional Juvenal. Paramos em uma região mais estreita e início de uma série de travertinos/ escorrimentos (certamente o caminho da água). A possibilidade de chuva durante nossa investida foi outro fator que nos fez voltar.
É isso, logo mais o Daniel envia o mapa da Páscoa.
02 de novembro de 2006
por Daniel Menin
Participaram da viagem:
Daniel, Renata Andrade, Renata Shimura, Leda, Ovo, Gelson, Adilson, Beth e Flávio (primos da Cris), Cris Albuquerque, Caê, Daisy, Cláudio, Carlos e Jânio... espero não ter me esquecido de ninguém !
Visto a variedade de pessoas e diferentes horários de chegada na Quinta-feira, resolvemos focar as atividades na região da Passoca em apenas 2 dias de trabalho (Sexta e Sábado). Na Quinta, portanto, resolvemos nos dedicar a apenas um bom churrasco no quiosque da pousada do Jura. Churrasco que durou até cair uma forte chuva e descobrirmos que o telhado do quiosque está precisando de uma urgente reforma...
Negociamos o transporte com um morador do Lageado, dono de uma Kombi de carreto que ficou encarregado de levar e buscar as pessoas por R$ 3,00 o percurso. Também fomos de Jipe como carro de apoio e com as pessoas que não couberam na Kombi.
Na Sexta Feira foram divididas 3 equipes para atuar na caverna do Agenor e o intuito principal era de terminar as áreas em aberto e topografar o grande salão.
De última hora foi formada mais uma equipe que acabou ficando fora da caverna e batendo mato próximo ao paredão. Foram encontrados vários sumidouros, mas nenhum com possibilidade clara de acesso...
Uma equipe formada por mim (Daniel), Re Andrade, Re Shimura e o Flavio, ficou com os condutos em aberto próximo à entrada da caverna e alguns condutos superiores que também encontram o salão.
Outra equipe, com a Leda, ficou de topografar o conduto ativo do rio após o salão. E a equipe do Ovo ficou de topografar o salão e escalar uma passagem superior para bater um spit e averiguar com maiores detalhes. Na expedição anterior pudemos escalar esta passagem e ver uma possível continuação mas, por falta de equipamento acabamos não prosseguindo.
Utilizando a trena a Laser, a equipe do Ovo realizou com sucesso e certa rapidez a topografia do salão sobrando mais tempo para a averiguada da possível continuação.
A escalada foi realizada pelo Carlos que foi também quem bateu o spit para o resto da equipe subir.
Após a passagem superior a equipe encontrou uma sala desmoronada onde existia um conduto obstruído por argila de onde saia uma sugestiva ventania. Ficou evidente que no próximo dia, precisaríamos de uma equipe de desobstrução para cavar o conduto e investigar de onde vinha todo aquele vento.
A equipe da Leda, logo no início da topografia após o salão teve uma surpresa: deram de cara com uma Jararacuçu de mais de um metro de comprimento atravessando o conduto. Certamente levada pela água das últimas chuvas, a cobra teria um péssimo encontro com espeleólogos rastejadores se a equipe não a tivesse surpreendido antes...
Sem muita alternativa a equipe foi obrigada a sacrificar o animal pela segurança de todos e diminuição do próprio sofrimento da cobra que com certeza, não sobreviveria na escuridão da caverna por muito tempo.
O Conduto do rio foi 100% topografado até o “lago dos bichos” que pelo nome, já se sabe o que se encontra em seu interior e entorno.
Também foi topografado um inclinado conduto lateral “escorregador” com belas formações.
Em uma das passagens superiores nossa equipe (do Daniel) acabou descobrindo, após uma passagem estreita, belos condutos e salas superiores que acabamos não topografando na ocasião por falta de tempo.
No segundo dia tínhamos várias pendências mas apenas 2 equipamentos completos de topografia (um dos clinômetros não estava preciso). O grupo de 15 pessoas (acho) foi dividido em 4 equipes sendo uma externa de prospecção, uma de desobstrução da passagem do vento (cavar mesmo!) e outras duas de topografia.
O Ovo e a Daisy ficaram na equipe externa, formada também pelo Sr. Agenor e seu fiel companheiro de trilha, o cachorro Sultão. Essa equipe prospectou alguns buracos na região, entre eles a “Gruta da Lapinha” do Lageado e um abismo também bem próximo à entrada da Passoca que foi nomeado em homenagem ao cachorro. A “Gruta da Lapinha” e o “Abismo do Sultão” foram croquisados pelo Ovo, mas ainda precisamos pegar as coordenadas. Existe também outro pequeno abismo bem próximo da área que eles estiveram que precisa ter seu devido croquis, eu e o César estivemos neste abismo e já temos as coordenadas (acho eu...). Na oportunidade exploramos um pouco o abismo e em uma primeira olhada concluímos ele não prossegue muito. O Ovo tbém produziu um mapinha com as localizações mais do que exatas destas grutas. Pra que GPS ?
Nas equipes internas: topografamos os condutos e salões próximos à entrada encontrados no primeiro dia, mas deixamos em aberto outros condutos que levam a um verdadeiro labirinto horizontal e vertical...
A outra equipe de topografia terminou um conduto perpendicular ao conduto principal do rio antes do salão, este conduto acabou se unindo com um dos condutos fósseis topografado no dia anterior. A equipe topografou também outro conduto do “segundo andar” de médias proporções.
A equipe da desobstrução não desapontou. Com uma colher de pedreiro, cavaram horizontalmente cerca de 4 metros e algumas horas após terem começado conseguiram uma passagem onde foi possível se espremer e passar para o outro lado.
A passagem se abriu em mais um grande salão. Este salão além das dimensões apresenta uma grande parede coberta por escorrimento de calcita e um solo coberto por micro travertinos e frágeis formações suspensas. Topografamos também este salão que aumentou bastante o desenvolvimento da caverna. A princípio o salão acaba e a única possibilidade de continuidade é através de uma escalada artificial em uma das paredes pois observamos um promissor conduto superior a uns 4m acima... Devido ao túnel cavado (linha 6 ) o salão foi nomeado de Banco Central.
Uma vez lançados os dados o mapa começa a aparecer e podemos já adiantar algumas informações:
Em linha de trena a caverna está com cerca de 1000m de desenvolvimento (considerando as radiações do salão);
O desnível é de cerca de 50m;
As áreas mais altas são a entrada e o conduto “escorregador” perpendicular ao conduto do rio.
A área mais remota da caverna (distante da entrada) ainda é o “lago dos bichos” que fica no fim da galeria do rio.
A caverna apresenta em algumas áreas bastantes sedimentos trazidos de fora como pedaços de galhos e folhas. Também observamos uma grande quantidade de animais. Muitas aranhas marrons, sapos, caranguejos e outros animais que podem terem sidos trazidos de fora pela água ou podem estar utilizando a caverna como abrigo. Algumas regiões da caverna, pela quantidade destes animais, tem grande potencial de estarem ligadas ao exterior por alguma passagem não muito distante.
Próximas viagens:
Para próximas viagens ficaram algumas pendências:
- Começar uma escalada artificial no Banco Central para acessar uma área superior;
- Refazer a topografia central do conduto do rio (problemas de fechamento);
- Refazer o fechamento da entrada;
- Começar a topografia do labirinto da entrada;
Precisamos também fazer uma viagem de prospecção exterior com promissora possibilidade de encontrar novas entradas ou outras cavernas. A área a ser verificada é a parte superior do morro onde a caverna se encontra, subindo o paredão pela sua esquerda.
Também será de boa utilidade mapas e croquis dos pequenos abismos e sumidouros encontrados na região e próximos à Passoca. Bater mato próximo a trilha após a caverna da Páscoa é uma boa chance para encontrar novos e promissores buracos.
Participaram da viagem:
Daniel, Renata Andrade, Renata Shimura, Leda, Ovo, Gelson, Adilson, Beth e Flávio (primos da Cris), Cris Albuquerque, Caê, Daisy, Cláudio, Carlos e Jânio... espero não ter me esquecido de ninguém !
Visto a variedade de pessoas e diferentes horários de chegada na Quinta-feira, resolvemos focar as atividades na região da Passoca em apenas 2 dias de trabalho (Sexta e Sábado). Na Quinta, portanto, resolvemos nos dedicar a apenas um bom churrasco no quiosque da pousada do Jura. Churrasco que durou até cair uma forte chuva e descobrirmos que o telhado do quiosque está precisando de uma urgente reforma...
Negociamos o transporte com um morador do Lageado, dono de uma Kombi de carreto que ficou encarregado de levar e buscar as pessoas por R$ 3,00 o percurso. Também fomos de Jipe como carro de apoio e com as pessoas que não couberam na Kombi.
Na Sexta Feira foram divididas 3 equipes para atuar na caverna do Agenor e o intuito principal era de terminar as áreas em aberto e topografar o grande salão.
De última hora foi formada mais uma equipe que acabou ficando fora da caverna e batendo mato próximo ao paredão. Foram encontrados vários sumidouros, mas nenhum com possibilidade clara de acesso...
Uma equipe formada por mim (Daniel), Re Andrade, Re Shimura e o Flavio, ficou com os condutos em aberto próximo à entrada da caverna e alguns condutos superiores que também encontram o salão.
Outra equipe, com a Leda, ficou de topografar o conduto ativo do rio após o salão. E a equipe do Ovo ficou de topografar o salão e escalar uma passagem superior para bater um spit e averiguar com maiores detalhes. Na expedição anterior pudemos escalar esta passagem e ver uma possível continuação mas, por falta de equipamento acabamos não prosseguindo.
Utilizando a trena a Laser, a equipe do Ovo realizou com sucesso e certa rapidez a topografia do salão sobrando mais tempo para a averiguada da possível continuação.
A escalada foi realizada pelo Carlos que foi também quem bateu o spit para o resto da equipe subir.
Após a passagem superior a equipe encontrou uma sala desmoronada onde existia um conduto obstruído por argila de onde saia uma sugestiva ventania. Ficou evidente que no próximo dia, precisaríamos de uma equipe de desobstrução para cavar o conduto e investigar de onde vinha todo aquele vento.
A equipe da Leda, logo no início da topografia após o salão teve uma surpresa: deram de cara com uma Jararacuçu de mais de um metro de comprimento atravessando o conduto. Certamente levada pela água das últimas chuvas, a cobra teria um péssimo encontro com espeleólogos rastejadores se a equipe não a tivesse surpreendido antes...
Sem muita alternativa a equipe foi obrigada a sacrificar o animal pela segurança de todos e diminuição do próprio sofrimento da cobra que com certeza, não sobreviveria na escuridão da caverna por muito tempo.
O Conduto do rio foi 100% topografado até o “lago dos bichos” que pelo nome, já se sabe o que se encontra em seu interior e entorno.
Também foi topografado um inclinado conduto lateral “escorregador” com belas formações.
Em uma das passagens superiores nossa equipe (do Daniel) acabou descobrindo, após uma passagem estreita, belos condutos e salas superiores que acabamos não topografando na ocasião por falta de tempo.
No segundo dia tínhamos várias pendências mas apenas 2 equipamentos completos de topografia (um dos clinômetros não estava preciso). O grupo de 15 pessoas (acho) foi dividido em 4 equipes sendo uma externa de prospecção, uma de desobstrução da passagem do vento (cavar mesmo!) e outras duas de topografia.
O Ovo e a Daisy ficaram na equipe externa, formada também pelo Sr. Agenor e seu fiel companheiro de trilha, o cachorro Sultão. Essa equipe prospectou alguns buracos na região, entre eles a “Gruta da Lapinha” do Lageado e um abismo também bem próximo à entrada da Passoca que foi nomeado em homenagem ao cachorro. A “Gruta da Lapinha” e o “Abismo do Sultão” foram croquisados pelo Ovo, mas ainda precisamos pegar as coordenadas. Existe também outro pequeno abismo bem próximo da área que eles estiveram que precisa ter seu devido croquis, eu e o César estivemos neste abismo e já temos as coordenadas (acho eu...). Na oportunidade exploramos um pouco o abismo e em uma primeira olhada concluímos ele não prossegue muito. O Ovo tbém produziu um mapinha com as localizações mais do que exatas destas grutas. Pra que GPS ?
Nas equipes internas: topografamos os condutos e salões próximos à entrada encontrados no primeiro dia, mas deixamos em aberto outros condutos que levam a um verdadeiro labirinto horizontal e vertical...
A outra equipe de topografia terminou um conduto perpendicular ao conduto principal do rio antes do salão, este conduto acabou se unindo com um dos condutos fósseis topografado no dia anterior. A equipe topografou também outro conduto do “segundo andar” de médias proporções.
A equipe da desobstrução não desapontou. Com uma colher de pedreiro, cavaram horizontalmente cerca de 4 metros e algumas horas após terem começado conseguiram uma passagem onde foi possível se espremer e passar para o outro lado.
A passagem se abriu em mais um grande salão. Este salão além das dimensões apresenta uma grande parede coberta por escorrimento de calcita e um solo coberto por micro travertinos e frágeis formações suspensas. Topografamos também este salão que aumentou bastante o desenvolvimento da caverna. A princípio o salão acaba e a única possibilidade de continuidade é através de uma escalada artificial em uma das paredes pois observamos um promissor conduto superior a uns 4m acima... Devido ao túnel cavado (linha 6 ) o salão foi nomeado de Banco Central.
Uma vez lançados os dados o mapa começa a aparecer e podemos já adiantar algumas informações:
Em linha de trena a caverna está com cerca de 1000m de desenvolvimento (considerando as radiações do salão);
O desnível é de cerca de 50m;
As áreas mais altas são a entrada e o conduto “escorregador” perpendicular ao conduto do rio.
A área mais remota da caverna (distante da entrada) ainda é o “lago dos bichos” que fica no fim da galeria do rio.
A caverna apresenta em algumas áreas bastantes sedimentos trazidos de fora como pedaços de galhos e folhas. Também observamos uma grande quantidade de animais. Muitas aranhas marrons, sapos, caranguejos e outros animais que podem terem sidos trazidos de fora pela água ou podem estar utilizando a caverna como abrigo. Algumas regiões da caverna, pela quantidade destes animais, tem grande potencial de estarem ligadas ao exterior por alguma passagem não muito distante.
Próximas viagens:
Para próximas viagens ficaram algumas pendências:
- Começar uma escalada artificial no Banco Central para acessar uma área superior;
- Refazer a topografia central do conduto do rio (problemas de fechamento);
- Refazer o fechamento da entrada;
- Começar a topografia do labirinto da entrada;
Precisamos também fazer uma viagem de prospecção exterior com promissora possibilidade de encontrar novas entradas ou outras cavernas. A área a ser verificada é a parte superior do morro onde a caverna se encontra, subindo o paredão pela sua esquerda.
Também será de boa utilidade mapas e croquis dos pequenos abismos e sumidouros encontrados na região e próximos à Passoca. Bater mato próximo a trilha após a caverna da Páscoa é uma boa chance para encontrar novos e promissores buracos.
Feriado de 12 de outubro de 2006 / A Descoberta da Caverna do Agenor
por Daniel Menin
Neste feriado prolongado de 12 de outubro houve mais uma viagem ao PETAR.
Estavam presentes Eu, a Renata, Gelson, Toni, Cris, Caê e Daisy.
A descoberta da Agenor
Entre outras atividades pretendíamos continuar com os trabalhos na caverna Passoca e arredores. Um dos objetivos era de iniciar uma escalada artificial na caverna para tentar acessar uma possível continuação em condutos superiores. Outro objetivo era prospectar as proximidades da Passoca buscando novas cavernas ou possíveis entradas que evitassem a escalada subterrânea. Apesar daquela região ser bastante promissora, existem poucas cavernas cadastradas ou conhecidas próximo à Passoca.
Como a chuva não deu muita trégua, acabamos não entrando na Passoca e dedicamos mais tempo no entorno. A região apresenta certo potencial vertical, todas as cavernas que conhecemos naquela área se desenvolvem consideravelmente neste sentido.
No primeiro dia batemos bastante mato e acabamos encontrando algumas entradas tentadoras.
Exploramos um pequeno abismo bastante próximo da caverna Passoca, porém, este não revelou resultados mais expressivos. Entre outras entradas estreitas nos afloramentos de calcáreo da região, encontramos uma fenda vertical que deu acesso a uma caverna bem promissora. A Descida é realizada em uma desescalada meio desajeitada, mas que pode ser vencida sem o auxílio de equipamentos. Descemos eu e a Renata para dar uma olhada enquanto que o César e a Daisy preferiram ficar do lado de fora. Após a passagem de um desmoronamento acessamos um amplo conduto fóssil. Saíam outros condutos menores em várias direções, mas resolvemos seguir pelo caminho mais evidente.
O conduto descia até acessar uma fenda, em forma de cuia onde era preciso desescalar pelas laterais, rodeando a "cuia" pelas bordas. Já neste pontos escutávamos um forte barulho de queda d'água. Ao descer a "cuia" acessamos uma cachoeira, pela parte de cima. Desescalamos pela lateral, por tráse de um grande bloco até chegarmos a uma fenda, de solo com seixos e teto bastante alto. Exploramos com uma certa pressa pois metade da equipe tinha ficado do lado de fora. Seguimos por esta fenda até chegarmos a uma parte onde havia um acúmulo de água parada no solo e para transpô-lo teríamos que nos molhar mais um pouco. Resolvemos voltar a partir dali e deixar para nos molhar da próxima vez. Confesso que decidir voltar quando a caverna continua é bem difícil, mas também já havíamos explorado o suficiente para um dia todo de topografia. Neste dia a equipe estava pequena e a chuva bem forte este foi o outro motivo de explorarmos apenas uma parte da caverna deixando vários condutos e uma promissora continuação para os dias seguintes. Esta foi a primeira descida na caverna do Agenor. Por sorte ou capricho do destino haviamos parado a poucos metros do grande Salão das Pegáguas. Na ocasião, não tinhamos ideia do que nos aguardava à frente e talvez tenha sido melhor assim. Ao longo do Blog veremos muitas outros relatos desta caverna que nos rendeu muitas viagens ao longo de cerca de 2 anos de intensa atividade.
O início da topografia na Gruta de Páscoa
No segundo dia, antes de iniciar as topografias na caverna recém descoberta, voltamos à nosso objetivo principal (encontrar o rio da Passoca!) e fomos em 2 grupos topografar a Gruta de Páscoa que fica bem próxima à Passoca. Enquanto o Toni, Daisy, Caê, César, Gelson e Cris topografavam os salões e condutos superiores, eu e a Renata descemos um abismo que acessa uma pequena rede inferior a cerca de 30m abaixo.
A intenção era mesmo de encontrar alguma conexão com a Passoca e a expectativa era grande. Fui aconselhado por um guia (o Ditinho) a ir para a Páscoa e investigar uma certa passagem estreita que fica após esse abismo.
Na ocasião da exploração, esse guia “entalou” nesta passagem e a mesma ficou pendente para alguém menor. Apesar dos apertos a caverna não se estendeu muito mais após essa passagem.
Nesta ocasião topografamos até o abismo, terminando com uma visada até o fundo. Profundidade do lance na trena: 28m. Ficou pendente mapear as galerias inferiores.
O Retorno à Agenor e a descoberta do Salão Pegáguas
O terceiro dia do feriado foi dedicado à caverna encontrada no primeiro dia (Agenor!).
Mapeamos cerca de 150m e deixamos várias pendências e condutos em aberto. A topo seguiu o desenvolvimento principal da caverna até encontrar o rio. Depois seguimos pelo conduto ativo, acessamos uma fenda, atravessamos a água parada (ponto de retorno do primeiro dia) e resolvemos desencanar de topografar quando, a alguns metros após a água-parada, nossas luzes encontraram um enorme vazio. Era um grande salão que não foi encontrado no primeiro dia por questão de alguns metros.
O potencial da caverna estava naquele momento revelado. Exploramos algumas passagens e planejamos as próximas investidas. O chão de “dunas” de areia tinha marcas que pareciam pegadas e que na verdade foram formadas pelo gotejamento de água (as “pegáguas”).
Deixamos em aberto um conduto que teria que ser acessado com equipamentos de vertical e uma pequena escalada. Sem dúvida o salão era uma ótima oportunidade para a recém adquirida trena a Laser. Os que estavam nesta ocasião faziam suas apostas: "50m de diâmetro, uns 20 de altura"...
A gruta foi cadastrada como Caverna do Agenor e nela dedicaríamos um bom tempo dos anos seguintes.
Ah! A origem do nome da caverna foi uma homenagem ao morador local, que havia nomeado as outras grutas em sua terra com os nomes de alguns parentes, mas que ainda faltava uma homenagem à sua própria pessoa. Um agradecimento pequeno diante das inúmeras vezes que o Sr Agenor nos acolheu em sua casa sempre com muita simpatia e atenção!
Um forte sobrevivente de uma área cheia de história e incertezas. Em breve compilaremos a hsitoria deste local e deste forte homem.
Neste feriado prolongado de 12 de outubro houve mais uma viagem ao PETAR.
Estavam presentes Eu, a Renata, Gelson, Toni, Cris, Caê e Daisy.
A descoberta da Agenor
Entre outras atividades pretendíamos continuar com os trabalhos na caverna Passoca e arredores. Um dos objetivos era de iniciar uma escalada artificial na caverna para tentar acessar uma possível continuação em condutos superiores. Outro objetivo era prospectar as proximidades da Passoca buscando novas cavernas ou possíveis entradas que evitassem a escalada subterrânea. Apesar daquela região ser bastante promissora, existem poucas cavernas cadastradas ou conhecidas próximo à Passoca.
Como a chuva não deu muita trégua, acabamos não entrando na Passoca e dedicamos mais tempo no entorno. A região apresenta certo potencial vertical, todas as cavernas que conhecemos naquela área se desenvolvem consideravelmente neste sentido.
No primeiro dia batemos bastante mato e acabamos encontrando algumas entradas tentadoras.
Exploramos um pequeno abismo bastante próximo da caverna Passoca, porém, este não revelou resultados mais expressivos. Entre outras entradas estreitas nos afloramentos de calcáreo da região, encontramos uma fenda vertical que deu acesso a uma caverna bem promissora. A Descida é realizada em uma desescalada meio desajeitada, mas que pode ser vencida sem o auxílio de equipamentos. Descemos eu e a Renata para dar uma olhada enquanto que o César e a Daisy preferiram ficar do lado de fora. Após a passagem de um desmoronamento acessamos um amplo conduto fóssil. Saíam outros condutos menores em várias direções, mas resolvemos seguir pelo caminho mais evidente.
O conduto descia até acessar uma fenda, em forma de cuia onde era preciso desescalar pelas laterais, rodeando a "cuia" pelas bordas. Já neste pontos escutávamos um forte barulho de queda d'água. Ao descer a "cuia" acessamos uma cachoeira, pela parte de cima. Desescalamos pela lateral, por tráse de um grande bloco até chegarmos a uma fenda, de solo com seixos e teto bastante alto. Exploramos com uma certa pressa pois metade da equipe tinha ficado do lado de fora. Seguimos por esta fenda até chegarmos a uma parte onde havia um acúmulo de água parada no solo e para transpô-lo teríamos que nos molhar mais um pouco. Resolvemos voltar a partir dali e deixar para nos molhar da próxima vez. Confesso que decidir voltar quando a caverna continua é bem difícil, mas também já havíamos explorado o suficiente para um dia todo de topografia. Neste dia a equipe estava pequena e a chuva bem forte este foi o outro motivo de explorarmos apenas uma parte da caverna deixando vários condutos e uma promissora continuação para os dias seguintes. Esta foi a primeira descida na caverna do Agenor. Por sorte ou capricho do destino haviamos parado a poucos metros do grande Salão das Pegáguas. Na ocasião, não tinhamos ideia do que nos aguardava à frente e talvez tenha sido melhor assim. Ao longo do Blog veremos muitas outros relatos desta caverna que nos rendeu muitas viagens ao longo de cerca de 2 anos de intensa atividade.
O início da topografia na Gruta de Páscoa
No segundo dia, antes de iniciar as topografias na caverna recém descoberta, voltamos à nosso objetivo principal (encontrar o rio da Passoca!) e fomos em 2 grupos topografar a Gruta de Páscoa que fica bem próxima à Passoca. Enquanto o Toni, Daisy, Caê, César, Gelson e Cris topografavam os salões e condutos superiores, eu e a Renata descemos um abismo que acessa uma pequena rede inferior a cerca de 30m abaixo.
A intenção era mesmo de encontrar alguma conexão com a Passoca e a expectativa era grande. Fui aconselhado por um guia (o Ditinho) a ir para a Páscoa e investigar uma certa passagem estreita que fica após esse abismo.
Na ocasião da exploração, esse guia “entalou” nesta passagem e a mesma ficou pendente para alguém menor. Apesar dos apertos a caverna não se estendeu muito mais após essa passagem.
Nesta ocasião topografamos até o abismo, terminando com uma visada até o fundo. Profundidade do lance na trena: 28m. Ficou pendente mapear as galerias inferiores.
O Retorno à Agenor e a descoberta do Salão Pegáguas
O terceiro dia do feriado foi dedicado à caverna encontrada no primeiro dia (Agenor!).
Mapeamos cerca de 150m e deixamos várias pendências e condutos em aberto. A topo seguiu o desenvolvimento principal da caverna até encontrar o rio. Depois seguimos pelo conduto ativo, acessamos uma fenda, atravessamos a água parada (ponto de retorno do primeiro dia) e resolvemos desencanar de topografar quando, a alguns metros após a água-parada, nossas luzes encontraram um enorme vazio. Era um grande salão que não foi encontrado no primeiro dia por questão de alguns metros.
O potencial da caverna estava naquele momento revelado. Exploramos algumas passagens e planejamos as próximas investidas. O chão de “dunas” de areia tinha marcas que pareciam pegadas e que na verdade foram formadas pelo gotejamento de água (as “pegáguas”).
Deixamos em aberto um conduto que teria que ser acessado com equipamentos de vertical e uma pequena escalada. Sem dúvida o salão era uma ótima oportunidade para a recém adquirida trena a Laser. Os que estavam nesta ocasião faziam suas apostas: "50m de diâmetro, uns 20 de altura"...
A gruta foi cadastrada como Caverna do Agenor e nela dedicaríamos um bom tempo dos anos seguintes.
Ah! A origem do nome da caverna foi uma homenagem ao morador local, que havia nomeado as outras grutas em sua terra com os nomes de alguns parentes, mas que ainda faltava uma homenagem à sua própria pessoa. Um agradecimento pequeno diante das inúmeras vezes que o Sr Agenor nos acolheu em sua casa sempre com muita simpatia e atenção!
Um forte sobrevivente de uma área cheia de história e incertezas. Em breve compilaremos a hsitoria deste local e deste forte homem.
7 a 10 de setembro de 2006
por Daniel Menin
Conforme divulgado na lista, tínhamos como objetivo na viagem deste feriado do dia 7 de Setembro avaliar algumas cavernas com lances verticais e abismos no que se refere à qualidade de equipagem e existência de topografias.
As pessoas que participaram da viagem foram eu, a Renata e o Casar, velho amigo das cavernas de antes de eu entrar no grupo.
Como eu e a Renata estávamos um pouco gripados acabamos optando por não viajar na noite da Quarta, mas sair de SP somente na Quinta-feira cedo. Acabamos saindo de SP lá pelas 10h e chegamos no Bairro da Serra à tarde.
Ao chegarmos decidimos ir até o Lajeado tentar encontrar um abismo onde estivemos (eu e o Cesar) anos atrás por recomendações da Sra. Idadty, dona da pousada onde costumávamos nos hospedar. Batemos um pouco de mato e logo encontramos a entrada do abismo. Isso que é memória! Ou sorte! Trata-se de um sumidouro, vazão ocasional da água da chuva, entre duas montanhas, próximo à entrada da trilha das Areias. Como já estava tarde decidimos voltar no dia seguinte, devidamente equipados para descer o abismo e avaliá-lo com maiores detalhes.
A idéia inicial era descer o abismo e subir topografando. Se sobrasse algum tempo pretendíamos pocurar a entrada de cima do Tobias, alternativa que foi posteriormente descartada pela falta de tempo. Nossa Sexta-feira acabou sendo toda dedicada a este abismo, entramos cerca de 11 da manhã e saímos 12 horas depois. Topografamos o fundo e alguns salões encontrados em uma das laterais. Encontramos vários ossos de uma vaca, vítima da grande entrada vertical da caverna ou que tenha sido jogada. Encontramos ainda alguns pneus bem na parte mais profunda da caverna. Detalhe que a Idaty comentou que o pai dela jogava animais mortos naquele lugar.
Antes de subir topografando resolvemos fazer uma investida em um outro conduto horizontal localizado em uma das laterais do abismo. Surpresa! O conduto seguia bastante e tinha uma forma curiosa. Localizado a uns 8m acima do fundo do abismo trata-se de um conduto fóssil de rio com uns 5m de diâmetro e teto baixo que vai descendo na medida em que vai se afastando do garrafão. A impressão é que este conduto estava localizado em um antigo fundo do abismo e que hoje funciona como vazão ocasional em grandes chiuvas, quandoparte do abismo enche de água.
Exploramos o conduto até uma pequena passagem de onde pude observar um acúmulo de água. Vi a água mas não vi o teto o que coloca como uma pendência para uma outra vez. Como já estávamos cansados deixamos essa empreitada e o restante da topografia para uma próxima ocasião.
No quesito equipagem encontramos alguns spits batidos por nós na ocasião anterior, mas batemos mais 3 para nos certificar. Talvez ainda seja necessário bater mais algum para melhorar o conforto em uma topografia vertical...
Pegamos as coordenadas mas ainda não sabemos se o abismo está cadastrado ou tem algum nome. Na ocasião em que estivemos lá, há alguns anos, acabamos não cadastrando e nem pegando coordenadas. Também não sabermos ao certo que nome dar ao abismo. Pode ser Abismo dos Ossos, Abismo dos Pneus, Abismo da Idaty, etc. Vamos ainda pesquisar no cadastro e com moradores próximos...
- croquis do abismo
NOTA: os trabalhos continuaram neste abismo em outras viagens e tivemos boas surpresas. Para acompanhar busque pelo nome Mastodonte.
No Sábado a idéia era ir até a caverna Passoca para também avaliar os mapas que tínhamos e a equipagem do abismo.
Ao chegar na caverna observamos, pela primeira vez, que o conduto principal, antes do abismo, estava seco. A água aparece alguns metros antes do garrafão e cai em cachoeira na lateral esquerda da descida como já era de costume. Para a descida utilizamos a equipagem pronta do abismo. Apesar de ter vários spits batidos, em alguns pontos ainda existe contato da corda com a rocha. Para a próxima vez vamos bater mais 1 ou 2 spits duplicando os fracionamentos e produzindo um novo fracionamento. Descemos eu e a Renata e o Cesar se privou da roubada do dia.
Uma vez lá embaixo a intenção era explorar o lado esquerdo, conduto do rio que acaba em uma cachoeira. Mas antes disso resolvemos dar uma “olhadinha” no lado direito. Bom, essa olhadinha se espremeu, espremeu e acabou continuando um pouco. Em estreitos condutos cheios de lama, galhos e pequenos animais o forte vento anunciava que esse provável “sifão de verão” nos levaria a uma evidente continuação. Mais algumas rastejadas e acessamos um salão seco, cheio de escorrimentos. Mais um pequeno aperto e lá estava uma galeria de rio (tbém seco) por onde pudemos andar de pé e em boa velocidade. A continuação da caverna é, de certa forma, labiríntica o que nos obrigou a marcar o caminho de volta com flechas desenhadas com argila nas rochas. Me parece que esta área não estava em nenhum dos mapas que vimos antes.
Avançamos pelo conduto principal até um certo ponto de esmagamento onde resolvemos deixar a continuação para uma próxima vez. Voltamos olhando algumas laterais. Encontramos o leito seco de um “rio verde” em um salão onde os escorrimentos eram, todos verdes, provavelmente por influência deste suposto rio. Os geólogos talvez possam explicar melhor o porquê deste “verde”.
Voltamos são e salvos, mas deixamos várias laterais em aberto. A caverna continua seguindo uma laje horizontal levemente inclinada para a direita. Sobre essa laje, um conduto fóssil de rio que, pelos detritos e pedaços de galhos, deve encher em épocas de cheia.
Chegando ao salão central da subida da volta resolvemos fazer uma rápida investida na parte esquerda da caverna (conduto do rio ativo) onde reforçamos o que eu já lembrava: a caverna também continua para a esquerda, mas vai requerer uma boa escalada artificial.
Chegando em SP a Renata conseguiu o mapa da GEO na USP e pudemos nos certificar que esta área da direita não estava no mapa. Já a parte da esquerda está mapeada até a parte da escalada deixando interrogações para cima. Hoje, 13/09 recebemos do Allan novamente o mapa da GEO e também o mapa do Michel Le Bret e pudemos ver que neste ultimo, Le Bret ultrapassou o “sifão de verão” e caminhou até o início das maiores galerias porém não continuou a mapear. Portanto temos bastante trabalho para as próximas viagens.
Deveremos avaliar as cavernas do entorno da Passoca (umas 2 ou 3) e bater mato sobre a parte da esquerda. Essa é uma área onde cai muita água para dentro da caverna de um teto que fica a uns 30m de altura. Com certeza deve haver algum sumidouro ou outras galerias sobre a Passoca. Já a parte da direita pode conectar com alguma outra caverna local.
Quem estiver a fim de participar das próximas investidas é só falar.
Um abraço!
Daniel.
Conforme divulgado na lista, tínhamos como objetivo na viagem deste feriado do dia 7 de Setembro avaliar algumas cavernas com lances verticais e abismos no que se refere à qualidade de equipagem e existência de topografias.
As pessoas que participaram da viagem foram eu, a Renata e o Casar, velho amigo das cavernas de antes de eu entrar no grupo.
Como eu e a Renata estávamos um pouco gripados acabamos optando por não viajar na noite da Quarta, mas sair de SP somente na Quinta-feira cedo. Acabamos saindo de SP lá pelas 10h e chegamos no Bairro da Serra à tarde.
Ao chegarmos decidimos ir até o Lajeado tentar encontrar um abismo onde estivemos (eu e o Cesar) anos atrás por recomendações da Sra. Idadty, dona da pousada onde costumávamos nos hospedar. Batemos um pouco de mato e logo encontramos a entrada do abismo. Isso que é memória! Ou sorte! Trata-se de um sumidouro, vazão ocasional da água da chuva, entre duas montanhas, próximo à entrada da trilha das Areias. Como já estava tarde decidimos voltar no dia seguinte, devidamente equipados para descer o abismo e avaliá-lo com maiores detalhes.
A idéia inicial era descer o abismo e subir topografando. Se sobrasse algum tempo pretendíamos pocurar a entrada de cima do Tobias, alternativa que foi posteriormente descartada pela falta de tempo. Nossa Sexta-feira acabou sendo toda dedicada a este abismo, entramos cerca de 11 da manhã e saímos 12 horas depois. Topografamos o fundo e alguns salões encontrados em uma das laterais. Encontramos vários ossos de uma vaca, vítima da grande entrada vertical da caverna ou que tenha sido jogada. Encontramos ainda alguns pneus bem na parte mais profunda da caverna. Detalhe que a Idaty comentou que o pai dela jogava animais mortos naquele lugar.
Antes de subir topografando resolvemos fazer uma investida em um outro conduto horizontal localizado em uma das laterais do abismo. Surpresa! O conduto seguia bastante e tinha uma forma curiosa. Localizado a uns 8m acima do fundo do abismo trata-se de um conduto fóssil de rio com uns 5m de diâmetro e teto baixo que vai descendo na medida em que vai se afastando do garrafão. A impressão é que este conduto estava localizado em um antigo fundo do abismo e que hoje funciona como vazão ocasional em grandes chiuvas, quandoparte do abismo enche de água.
Exploramos o conduto até uma pequena passagem de onde pude observar um acúmulo de água. Vi a água mas não vi o teto o que coloca como uma pendência para uma outra vez. Como já estávamos cansados deixamos essa empreitada e o restante da topografia para uma próxima ocasião.
No quesito equipagem encontramos alguns spits batidos por nós na ocasião anterior, mas batemos mais 3 para nos certificar. Talvez ainda seja necessário bater mais algum para melhorar o conforto em uma topografia vertical...
Pegamos as coordenadas mas ainda não sabemos se o abismo está cadastrado ou tem algum nome. Na ocasião em que estivemos lá, há alguns anos, acabamos não cadastrando e nem pegando coordenadas. Também não sabermos ao certo que nome dar ao abismo. Pode ser Abismo dos Ossos, Abismo dos Pneus, Abismo da Idaty, etc. Vamos ainda pesquisar no cadastro e com moradores próximos...
- croquis do abismo
NOTA: os trabalhos continuaram neste abismo em outras viagens e tivemos boas surpresas. Para acompanhar busque pelo nome Mastodonte.
No Sábado a idéia era ir até a caverna Passoca para também avaliar os mapas que tínhamos e a equipagem do abismo.
Ao chegar na caverna observamos, pela primeira vez, que o conduto principal, antes do abismo, estava seco. A água aparece alguns metros antes do garrafão e cai em cachoeira na lateral esquerda da descida como já era de costume. Para a descida utilizamos a equipagem pronta do abismo. Apesar de ter vários spits batidos, em alguns pontos ainda existe contato da corda com a rocha. Para a próxima vez vamos bater mais 1 ou 2 spits duplicando os fracionamentos e produzindo um novo fracionamento. Descemos eu e a Renata e o Cesar se privou da roubada do dia.
Uma vez lá embaixo a intenção era explorar o lado esquerdo, conduto do rio que acaba em uma cachoeira. Mas antes disso resolvemos dar uma “olhadinha” no lado direito. Bom, essa olhadinha se espremeu, espremeu e acabou continuando um pouco. Em estreitos condutos cheios de lama, galhos e pequenos animais o forte vento anunciava que esse provável “sifão de verão” nos levaria a uma evidente continuação. Mais algumas rastejadas e acessamos um salão seco, cheio de escorrimentos. Mais um pequeno aperto e lá estava uma galeria de rio (tbém seco) por onde pudemos andar de pé e em boa velocidade. A continuação da caverna é, de certa forma, labiríntica o que nos obrigou a marcar o caminho de volta com flechas desenhadas com argila nas rochas. Me parece que esta área não estava em nenhum dos mapas que vimos antes.
Avançamos pelo conduto principal até um certo ponto de esmagamento onde resolvemos deixar a continuação para uma próxima vez. Voltamos olhando algumas laterais. Encontramos o leito seco de um “rio verde” em um salão onde os escorrimentos eram, todos verdes, provavelmente por influência deste suposto rio. Os geólogos talvez possam explicar melhor o porquê deste “verde”.
Voltamos são e salvos, mas deixamos várias laterais em aberto. A caverna continua seguindo uma laje horizontal levemente inclinada para a direita. Sobre essa laje, um conduto fóssil de rio que, pelos detritos e pedaços de galhos, deve encher em épocas de cheia.
Chegando ao salão central da subida da volta resolvemos fazer uma rápida investida na parte esquerda da caverna (conduto do rio ativo) onde reforçamos o que eu já lembrava: a caverna também continua para a esquerda, mas vai requerer uma boa escalada artificial.
Chegando em SP a Renata conseguiu o mapa da GEO na USP e pudemos nos certificar que esta área da direita não estava no mapa. Já a parte da esquerda está mapeada até a parte da escalada deixando interrogações para cima. Hoje, 13/09 recebemos do Allan novamente o mapa da GEO e também o mapa do Michel Le Bret e pudemos ver que neste ultimo, Le Bret ultrapassou o “sifão de verão” e caminhou até o início das maiores galerias porém não continuou a mapear. Portanto temos bastante trabalho para as próximas viagens.
Deveremos avaliar as cavernas do entorno da Passoca (umas 2 ou 3) e bater mato sobre a parte da esquerda. Essa é uma área onde cai muita água para dentro da caverna de um teto que fica a uns 30m de altura. Com certeza deve haver algum sumidouro ou outras galerias sobre a Passoca. Já a parte da direita pode conectar com alguma outra caverna local.
Quem estiver a fim de participar das próximas investidas é só falar.
Um abraço!
Daniel.
Abismo Só Dois
6 de maio de 2006
por Daniel Menin
Encontrei com o Jura enquanto eu lavava equipamentos no rio Betary durante o feriado de segunda-feira, dia 01 de Maio. Empolgado, ele me contou ter encontrado uma dolina bem próxima ao Abismo do Juvenal. No fundo desta dolina, um estreito conduto dava acesso a um buraco onde as pedras atiradas voavam no vazio por alguns longos segundos até darem sinal de impacto. Entendi na hora a empolgação do Jurandir. Por estar próximo ao Abismo do Juvenal, um grande abismo teria um bom potencial de conexão, o que seria uma importante descoberta.
Chegando em SP liguei para o Toni que, imediatamente, aceitou a empreitada de viajar na mesma semana para explorar mais a fundo o tal “buraco”. Quinta-feira a tarde confirmamos com o Jura nossa ida e Sexta à noite partimos de São Paulo em direção à essa nova exploração.
Chegamos ao Abismo ás 11hs da manhã, abrindo uma trilha no Lageado, próxima ao caminho para o Juvenal. Estávamos Eu, o Jurandir, o Toni e o Cateto. Logo na entrada, uma dolina cheia de sedimentos e argila. Apesar dos vários blocos soltos e afiados lapiás logo no início da caverna, o abismo não apresentou grandes dificuldades. Após alguns spits, derivações e fracionamentos eu já estava no final do primeiro lance. Desci na frente equipando o abismo. Logo depois desceu o Toni e em seguida o Cateto. Em um salão de médio porte em forma de fenda acessamos um conduto que nos levou até uma segunda sala na qual bem no centro encontramos mais um lance do abismo. Jogando algumas pedras pudemos observar que esse lance continuava consideravelmente, porém não era possível se aproximar muito devido à instabilidade do solo que parecia estar prestes a desmoronar. Tivemos algumas dificuldades para encontrar uma ancoragem segura devido a grande quantidade de argila e dos blocos. A saída foi encontrar um bom ponto de ancoragem no conduto que dava acesso ao salão e utilizar proteções de corda para direcioná-la à descida principal. Instalamos outras proteções ao longo da descida começamos a explorar a continuação da caverna até que fui obrigado a parar de descer antes de atingir o fundo do garrafão, era o fim da corda. Felizmente tínhamos mais alguns metros de outra corda conosco, o que foi suficiente para atingirmos a parte mais profunda do abismo.
Eu e o Cateto seguimos explorando as possibilidades de continuação do abismo enquanto o Toni seguia o caminho de volta. Tratava-se de um amplo salão dividido em blocos desmoronados e uma outra parte com chão homogêneo e de argila. Nitidamente este era o ponto de vazão da água. Observamos também marcas de que esta parte da caverna tratava-se de um poço, nesta época, com pouquíssima água, mas que enche em épocas de mais chuva. Excluídas as possibilidades de continuação para baixo acabamos explorando alguns condutos na parede do salão, porém o único caminho que apresentava algum potencial (com vento!) era uma estréia fenda ao qual nem o menor dos humanos consegue passar...
Na volta nos deparamos com o Jura impedindo que um enorme bloco despencasse da boca do abismo sobre nossas pobres cabeças. Todos a salvo e fora da caverna, acabamos por derrubar o bloco abismo abaixo para evitar acidentes futuros. Retirá-lo estava fora de cogitação devido à sua dimensão e peso.
A atividade de exploração foi encerrada às 21h da noite quando retornamos diretamente para o bar do pastel.
No dia seguinte acordamos, separamos e lavamos o material e retornamos a São Paulo.