Enquanto uma esmagadora maioria de foliões pulava em seus blocos de carnaval no litoral da Bahia, nós, uma esmagadora minoria de espeleólogos pulávamos (felizes da vida), cobras, aranhas, blocos de rocha e abismos no árido sertão deste mesmo estado. No final das contas, o cansaço físico até que pode ser comparado entre as duas atividades, mas a produção de mapas, fotos e sensação de felicidade plena já é outra história...
Foi assim que passamos os quatro dias de folga de nossos tradicionais trabalhos para dar continuidade ao Projeto Morro do Chapéu, dirigido pelo CPRM (Centro de Pesquisa de Recursos Minerais) e com nosso apoio na exploração e mapeamento das cavernas da região.
Os resultados foram mais de 1,5km de topografia, novos condutos e salões e uma importante conexão. Agora as Cavernas de Cristal I e II, antes separadas, compreendem a uma só cavidade: o Complexo Cristal. A ligação foi realizada no final das topografias do segundo dia de trabalho e causou um enorme espanto de turistas desavisados que caminhavam pelo grande conduto da caverna de Cristal II. Estes, ao se depararem com espeleólogos sujos e cansados saindo de apertados blocos na lateral do conduto ensaiaram uma fuga repentina, mas ao se certificarem que não se tratava de uma invasão de criaturas alienígenas do subterrâneo se renderam a uma conversa e fotografaram freneticamente seus novos amigos. Esta foi somente um dos bons momentos que essa viagem nos proporcionou.
O trabalho continua e promete muitas outras boas histórias!
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