"E impelido pela minha ávida vontade, imaginando poder contemplar a grande abundância de formas várias e estranhas criadas pela artificiosa natureza, enredado pelos sombrios rochedos cheguei à entrada de uma grande caverna, diante da qual permaneci tão estupefato quanto ignorante dessas coisas. Com as costas curvadas em arco, a mão cansada e firme sobre o joelho, procurei, com a mão direita, fazer sombra aos olhos comprimidos, curvando-me cá e lá, para ver se conseguia discernir alguma coisa lá dentro, o que me era impedido pela grande escuridão ali reinante. Assim permanecendo, subitamente brotaram em mim duas coisas: medo e desejo; medo da ameaçadora e escura caverna, desejo de poder contemplar lá dentro algo que me fosse miraculoso"

Leonardo Da Vinci
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domingo, 2 de fevereiro de 2025

O que os sedimentos nas cavernas podem nos contar sobre o passado?

Como era o clima há algumas dezenas de milhares de anos atrás? Como era a vegetação e a fauna onde esta caverna está localizada?

Costumo dizer que cavernas são como máquinas do tempo. Ao explorar esses ambientes, exploramos também o passado.

As fotografias abaixo foram realizadas durante uma expedição científica às cavernas de Iraquara, Bahia, na Chapada Diamantina. O objetivo da viagem foi a observação e coleta de sedimentos para pesquisas sobre os paleoambientes daquela região. Através de datações radiométricas nos cristais de quartzo contidos nestes sedimentos é possível saber quando essa "areia" foi trazida para dentro da caverna por grandes inundações. Junto com ela, uma série de informações dos paleoambientes também podem ser extraídas.

Datações radiométricas calculam o decaimento radioativo de alguns minerais ao longo dos anos, como o quartzo. Através dela, é possível saber quando esses minerais receberam os últimos raios solares. Existem também as radiações cosmogênicas, elas conseguem identificar em minerais (como o Berilo, por exemplo) a radiação que eles receberam vinda do universo profundo. Sim, porque não é somente o sol que emite radiações, mas as estrelas também.  

A pesquisa de sedimentologia realizada na região faz parte de uma parceria entre o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e a Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Fotos: Daniel Menin.
Antes de reproduzir, consulte a fonte e converse com o autor.

 
















quarta-feira, 3 de abril de 2013

Expedição Torrinha 2013

De volta à Bahia! E de volta à caverna de Torrinha!
Foram 3 dias intensos, de muita topografia e muitas horas subterrâneas. Teve direito a salas repletas de cristais. Teve direito a grandes salões desmoronados. Teve direito a centenas de metros de rastejamento. Teve direito a acampamento ao lado do belo paredão de calcário. Teve direito a topografia de madrugada. Teve direito a fartas refeições na casa do Eduardo. Teve direito a churrasco e macarrão típico suíço. Teve direito a formações de cabelo de anjo. Teve direito a grandes travertinos. Teve direito e céu super estrelado típico do sertão da Bahia. Teve direito a cerveja gelada mesmo em dia sem energia elétrica. Teve direito a show do Bulha Blues Brothers... enfim. Depois de mais de 10km de topografia, muito trabalho e muita diversão (sem separar um do outro) com certeza teremos direito a um belo mapa desta incrível caverna na Chapada Diamantina!