O nome da gruta é sugestivo. Normalmente quando da entrada de uma caverna sentimos uma corrente de ar temos uma idéia de que grandes galerias nos aguardam de baixo da terra. Mas nem sempre é assim. As vezes estas galerias não são tão evidentes ou mesmo podem nem mesmo existir. E nesses casos, então, de onde vem o vento?
Em 2010 estivemos em Morro do Chapéu averiguando algumas dolinas. A maioria estava mesmo entupida de sedimentos mas uma delas chamou especialmente nossa atenção. Por uma entrada em formato de fenda soprava um forte vento. Depois parava. Depois voltava a soprar.
Na ocasião, não conseguimos tirar a dúvida pois para se adentrar tínhamos que usar cordas. O buraco era totalmente vertical. Uma queda de uns 30m de onde não se podia nem ter uma visão do que havia lá em baixo. Blocos equilibrados pareciam estar prestes a se soltar a qualquer momento.
Pois bem. Aproveitando a expedição na Toca dos Ossos, em Janeiro de 2013, uma equipe de 4 espeleólogos esticou mais um dia na região e, em fim, o abismo foi explorado.
Segue abaixo o mapa. Apesar da corrente de ar, não conseguimos encontrar nenhuma continuação evidente. Talvez ela não exista mesmo. Talvez esteja guardada para futuros exploradores...
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Mapa do abismo: -120m de profundidade. |
(Fotos: Luciana Fakhouri, Adolpho Milhomem, Letícia Moraes)
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Dolina, dentre várias entupidas na região, uma que conseguimos adentrar. |
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Fenda da entrada, com aproximação para a descida. |
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Ancoragem inicial |
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Descida, com muitos blocos soltos |
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Fim da linha (lago na parte mais baixa sugere que encontramos o lençol freático) |
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Equipe retornando para o carro |
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Equipe de topografia (Letícia, Adolpho e Daniel) |
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Lu da equipe de apoio de superfície tirando fotos de plantas e bichos... e dela mesma!. |
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