(texto e fotos: Daniel Menin)
A Caverna Pratinha é um dos principais pontos turísticos da
Chapada Diamantina, na Bahia.
Uma iniciativa chamada Caating Sub, em parceria com o grupo de
espeleologia Meandros vem, desde 2013, realizando um trabalho sistemático de
mapeamento de uma área submersa não explorada e também de galerias secas na
caverna.
Além de áreas já conhecidas por espeleólogos e utilizadas para o
turismo, a topografia detalhada tem a cada viagem revelado novas passagens,
salões e conexões. Entre o final de 2015 e início de 2016, mais uma expedição
foi realizada no local aumentando bastante o tamanho da caverna. Áreas
alagadas, escaladas, condutos estreitos, passagens superiores e grandes
labirintos se unem formando um complexo sistema subterrâneo que compreende a
Pratinha e a Gruta Azul como sendo uma mesma caverna.
O sistema Pratinha-Gruta Azul foi descoberto na década de 80 por
espeleólogos franceses. Logo após a descoberta, uma equipe do Grupo Bambuí
esteve no local realizando o mapeamento parcial das cavernas e também
conectando-as via mergulho. Em 2009 uma expedição maior esteve no local onde
foram mapeados pouco mais de 4km de galerias (Projeção Horizontal), o que
colocou a Pratinha entre as 50 maiores cavernas do Brasil.
O novo mapeamento vem aplicando uma escala mais detalhada (1:200)
e tem coberto diversos condutos deixados em aberto no último mapa. Com isso, os
espeleólogos estimam que a caverna pode ultrapassar os 6km de galerias ganhando
ainda mais relevância no cenário da espeleologia nacional.
O acesso a Chapada Diamantina, os escassos períodos de trabalho e
as próprias dificuldades encontradas na caverna são barreiras que impedem uma
conclusão mais rápida da topografia. Entretanto, os espeleólogos esperam ter o
mapa concluído até o final de 2016.
O projeto conta ainda com o apoio dos proprietários e
administração das terras da Pratinha, do Grupo Bambuí de Pesquisas
Espeleológicas, do CECAV/ICMBIO, da Prefeitura Municipal de Iraquara, da
Prefeitura Municipal de Laje, do Ministério Público do Estado da Bahia, do
Governo do Estado da Bahia (SEMA, SETUR e INEMA) e da Sociedade Baiana de
Espeleologia.
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Salão do "N", área descoberta durante a última expedição |
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Grande sala desmoronada - vista a partir de conduto superior escalado |
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Sertanejo típico da região |
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Não. Não são 2 mendigos nômades. São apenas espeleólogos no último dia de trabalho |
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Espeleólogos depois de um tapa no visual (falei que não eram mendigos?) |
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Chapada Diamantina sob incêndio |
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Croquis e labirinto. Não se sai de um sem o outro. |
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Escorrimento em sala descoberta durante a expedição |
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Salão do "N", de novo, durante topografia. |
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Equipe multitask |